sábado, 25 de maio de 2024

O ESCRITOR GARANHUENSE LUÍS JARDIM SERÁ TEMA DE EXPOSIÇÃO DO IHGCG, EM BREVE!

AUTORETRATO DE LUÍS JARDIM FEITO DE BICO DE PENA PARA SEUS LIVROS

    O Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns - IHGCG, junto com a Rede de Institutos Históricos de Pernambuco - RIHPE, está preparando uma grande exposição para homenagar o escritor, pintor, desenhista e multicultural LUÍS JARDIM, O menino Lula, nascido em Garanhuns, que se tornou um dos expoentes da cultura brasileira, especialmente do regionalismo, entre 1936 e 1987.

    A diretoria do IHGCG vem preparando com muito empenho e carinho esta exposição, que resgata a importância desse grande artista e literato, com vários prêmios nacionais, com obras tidas como referência pela UNESCO, e que deixou profícua obra em livros, pinturas, artigos jornalísticos, desenhos e ilustrações, e até tradução de poemas de outros países.

    A Rede de Institutos Históricos de Pernambuco - RIHPE, congrega vinte e cinco institutos em nosso Estado, e está organizando uma série de exposições com o tema geral do projeto “Viva Pernambuco: Patrimônio, cultura e memória!”, com apoio do Ministério da Cultura. O Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns foi um dos selecionados para fazer parte, escolhendo o tema "Luís Jardim, Mestre do Traço e da Prosa".

Algumas obras jardinianas, foto de Maria Clara Pontes Machado (domínio público)

    O período da realização da exposição bem como o local serão definidos pela diretoria do IHGCG nos próximos dias, a partir daí haverá ampla divulgação. "Relembrar aos garanhuenses a importância de Luís Jardim, como escritor e pintor, além de torná-lo conhecido das novas gerações, é a motivação principal dessa exposição", afirma o presidente do IHGCG, Audálio Ramos Filho.

    A última grande exposição homenageando Luís Jardim, foi realizada pela Prefeitura de Garanhuns e Fundação Joaquim Nabuco, em 1981, no Centro Cultural, na ocasião o então prefeito Ivo Tinô do Amaral promoveu o relançamento do livro "Maria Perigosa", considerada uma das obras primas do autor.

    Livros sobre Luís Jardim escritos por Sócios do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns, Marcílio Lins Reinaux e Ivonete Batista Xavier.

  

RIHPE - CONGREGA 25 INSTITUTOS HISTÓRICOS DE PERNAMBUCO, GARANHUNS É REPRESENTADO PELO SEU INSTITUTO HISTÓRICO, GEOGRÁFICO E CULTURAL - IHGCG. 





sábado, 18 de maio de 2024

QUEM FOI AMÍLCAR DA MOTA VALENÇA? POR JOSÉ HENRIQUE DE BARROS (HOMENAGEM NOS 109 ANOS DE SEU NASCIMENTO)

 

D. FERNANDO GUIMARÃES, AMÍLCAR VALENÇA E PEDRO JORGE VALENÇA (2013)

ARTIGO ORIGINALMENTE PUBLICADO PELO BLOG DO IHGCG EM 19/05/2015

        QUEM FOI AMILCAR DA MOTA VALENÇA?


              Por: Prof. José Henrique de Barros “Zeca Barros”

A nossa homenagem a uma das personalidades mais importantes da história política de Garanhuns e de Pernambuco.

O Sr. Amilcar da Mota Valença, Ex-prefeito de Garanhuns.

Vale a pena reviver o passado, principalmente quando fatos relevantes são motivos de júbilo não só para um grande número de parentes e amigos como para gáudio de toda a população de uma cidade!

Em meados do mês de maio de 1915, o casal Abílio Camilo Valença e Emília da Mota Valença se regozijava com o nascimento de mais um membro da família, um garanhuense da gema, que viria a se tornar um dos mais importantes homens públicos de Garanhuns!


PAIS DE AMÍLCAR: ABÍLIO E EMÍLIA VALENÇA (FONTE: BLOG TIAGO VALENÇA)


Na antiga casa nº 34 da Praça João Pessoa, onde atualmente está localizado um moderníssimo e ousado empreendimento comercial de propriedade do empresário Mauro de Souza Lima, na parede do hall de entrada do Empresarial Mauro Lima está colocada uma Placa informativa, por gentileza de seu proprietário, onde se lê que, no dia 19 de maio de 1915, nascia o renomado cidadão Amílcar da Mota Valença!

Amílcar, desde cedo, participou da luta heroica de seus pais que, para educar satisfatoriamente seus filhos, se impunham enormes sacrifícios para assegurarem um futuro digno para os mesmos, matriculando-os nos melhores educandários locais.

De caráter altivo e indômito desde a infância, Amílcar começou seus estudos no Ginásio de Garanhuns, transferindo-se depois para o Colégio Salesiano do Recife, onde, em regime de internato, continuou o curso secundário, quando aprendeu música e tipografia. Sendo muito apegado aos seus familiares e tendo de se apresentar ao Exército para prestar serviço militar, regressou a Garanhuns para servir ao Tiro de Guerra e, também para dar continuidade aos seus estudos no Ginásio de Garanhuns.

                AMÍLCAR DA MOTA VALENÇA (FOTO DOMÍNIO PÚBLICO)

Amílcar aprendeu com o seu pai, então agricultor e pecuarista no distrito de São Pedro, a lidar com os árduos serviços da fazenda, auxiliando-o na labuta cotidiana que era imprescindível para manter condignamente a família.

Sem ter deixado de lado a profissão de agricultor e pecuarista, Amílcar foi, concomitantemente, transportador, comerciante e industrial, ao se estabelecer, no distrito de São Pedro com o ramo de padaria, mercearia e tecidos. Posteriormente, implantou uma bem montada fábrica de queijos e manteiga. Proprietário de um caminhão, ele mesmo dirigia o seu veículo, transportando as mercadorias adquiridas para o seu estabelecimento comercial, os produtos de suas atividades industriais, inclusive de uma pedreira que ele explorava, ou mesmo como motorista profissional, no transporte de mercadorias de terceiros.

Dispondo de um bravo espírito de liderança desenvolvido no contato frequente com a gente simples, ordeira e fiel de sua comunidade foi instado, por seus amigos e correligionários, a se candidatar e disputar os votos que o elegeriam vereador de Garanhuns, resultando ter sido eleito em 1947 e reeleito nos anos de 1951 e 1955, em três pleitos consecutivos, pelo sufrágio de boa parte dos eleitores da cidade e de uma maioria esmagadora de votos conseguida em seu amado distrito de São Pedro.

Não concorreu ao pleito seguinte realizado em 1959, por entender que a vez pertencia, por merecimento, ao seu amigo Hermínio Sampaio, para quem reivindicou apoio pleno do seu eleitorado.

Em 1963, após um memorável e renhido pleito eleitoral, Amílcar logrou uma importante e consagradora vitória, a de ser eleito prefeito de sua terra natal, o Município de Garanhuns. Considerando a sua vocação política somada a um expressivo tino administrativo adquirido no desempenho de inúmeras atividades desenvolvidas nos campos da agricultura, da pecuária, do comércio, da indústria e do transporte de cargas, as quais conferiram a Amílcar plenas condições para atuar na gestão da administração pública municipal com a maior desenvoltura.

Buscando ampliar os seus conhecimentos, antes de assumir o governo municipal, Amílcar realizou proveitosa viagem de observação em cidades como Brasília, Belo Horizonte, São Paulo, Goiânia, Anápolis e Uberaba.

Quando no exercício do governo, foi contemplado com uma Bolsa de Estudos Administrativos para realizar estágio em várias cidades dos Estados Unidos, tendo recebido diversos Certificados de Aproveitamento expedidos pela Agência Internacional para o Desenvolvimento, além de ser merecedor dos Títulos de Cidadão Honorário das cidades de Miami, Estado da Flórida; de Sioux, Estado de Dakota do Sul; e de Galveston, Estado do Texas.

Em 1969, apoiou e elegeu o seu sucessor, o Dr. Luis Souto Dourado.

Em 1973, foi novamente eleito Prefeito de Garanhuns. Mesmo levando-se em consideração o nível de experiência adquirido, Amílcar não titubeou e aceitou convite do Governo da República Federal da Alemanha para realizar estágios em diversas cidades daquele país sobre Tarefas do Desenvolvimento da Administração. Devido ao bom desempenho apresentado durante os estágios recebeu os respectivos Certificados de Aproveitamento.

Como prefeito de Garanhuns, Amílcar realizou administrações impecáveis, que vêm, continuadamente, servindo de paradigma para os administradores municipais que o sucederam. Realizou obras estruturadoras de grande vulto que bem demonstraram sua capacidade de um competente administrador entremeada com a de um grande estadista.

No âmbito da Educação, criou o Colégio Municipal Padre Agobar da Mota Valença que chegou, em determinada época, a atingir a invejável marca de 3.000 alunos matriculados, e a FAGA – Faculdade de Administração de Garanhuns, primeiro passo que foi dado para atender às necessidades de implantação do ensino de terceiro grau em Garanhuns.

No âmbito do Abastecimento, criou o Mercado Municipal 18 de Agosto, o Mercado da Carne, o Mercado de Farinha e a CEAGA – Central de Abastecimento de Garanhuns, medidas iniciais básicas para a implantação de um sistema adequado de abastecimento não só para a cidade de Garanhuns como para o Agreste Meridional.

Graças ao seu prestígio junto aos Governos Federal e Estadual, conseguiu para o Município de Garanhuns a implantação de várias obras de grande repercussão até os dias presentes, a exemplo de: A implantação do Batalhão Duarte Coelho, do 71º Batalhão de Infantaria Motorizado; a implantação de um Terminal Rodoviário de grande porte, em terreno que pertencia ao Sport Clube de Garanhuns, adjacente ao Parque Euclides Dourado; implantação da Vila José Bernardino Teixeira (Vila do Quartel); implantação da Vila Popular da COHAB I; implantação do Núcleo de Supervisão Pedagógica de Garanhuns (atual GERE); e a implantação da sede da CIRETRAN.

Amílcar recebeu inúmeras homenagens do Exército Brasileiro, sendo condecorado, entre outras, com a Medalha do Pacificador, outorgada por ordem do Ministro do Exército e a Medalha do Exército, concedida pelo Presidente da República Federativa do Brasil.

No seu segundo governo municipal, estando à venda e com possibilidade de ser negociado para fora do Estado, Amílcar adquiriu à Diocese de Garanhuns o Parque Gráfico e a marca do Jornal “O Monitor”. O seu antigo cargo de aprendiz de tipógrafo falou mais alto e ele não permitiu que a cidade perdesse tão importante periódico.

IVO AMARAL, AMÍLCAR VALENÇA E DR. JOSÉ TINOCO - 1978 (FONTE: BLOG DO AUGUSTO CÉSAR)

Como Sócio Honorário da Academia de Letras de Garanhuns, ele doou, a esta instituição cultural, as suas coleções completas de “O Monitor” e do “Jornal de Garanhuns”, este dirigido e editado por Mauro de Souza Lima.

Considere-se, ainda, o fato de que Amílcar, comprovando sua eficiência administrativa, por duas vezes foi designado pelo Ministro da Previdência Social para ocupar o cargo de Agente do INPS, em Garanhuns.

Ao testemunharmos Amílcar completar as suas noventa e sete primaveras, cabe-nos por obrigação moral e cívica, além de dar os mais efusivos parabéns a este cidadão, que ainda mantém uma lucidez invejável, demonstrar o nosso reconhecimento por tudo que ele fez em favor de nosso Município e, principalmente, por seu legado de administrador probo e competente, que serve e servirá, inquestionavelmente, de um exemplar paradigma para a atual e para as futuras gerações.

P.S. O SR. AMÍLCAR DA MOTA VALENÇA FALECEU EM 05/10/2013 AOS 98 ANOS

SOBRE O AUTOR: JOSÉ HENRIQUE DE BARROS NETO (ZECA), NASCEU EM 14/03/1937, ESTUDOU NO COLÉGIO DIOCESANO DE GARANHUNS, GRADUOU-SE NA UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE. TRABALHOU NA COSINOR E FOI SECRETÁRIO DE PLANEJAMENTO DA PREFEITURA DE GARANHUNS. CASADO COM D. ADISA VALENÇA, FILHA DE AMÍLCAR E SOBRINHA DE MONS. ADELMAR.
JOSÉ HENRIQUE E D. ADISA


terça-feira, 14 de maio de 2024

IHGCG SAÚDA O NOVO BISPO DE GARANHUNS, MONS. AGNALDO TEMÓTEO DA SILVEIRA


Em nome dos sócios do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns, saudamos o 12º bispo da Diocese de Garanhuns: Mons. Agnaldo Timóteo da Silveira, nomeado hoje pelo Papa Francisco.

Atualmente Mons. Agnaldo Temóteo é o Vigário Geral da Diocese de Sobral-CE, cidade onde nasceu, seguindo os passos de outro ilustre sobralense, o Servo de Deus Dom Francisco Expedito Lopes. Outro fator nos une a sede episcopal cearense: o atual bispo de Sobral é o garanhuense e sócio honorário do IHGCG, D. (José Luiz) Vasconcelos.

Diante de tantos laços que nos unem, apresentamos nossas congratulações a Sua Excelência Reverendíssima Mons. Agnaldo Temóteo da Silveira, que sucederá a D. Paulo Jackson da Nóbrega, atualmente Arcebispo de Olinda e Recife, e grande amigo de nosso instituto. A história de Garanhuns e do Agreste Meridional caminha junto com a história da Igreja no interior de Pernambuco

Ao novo Bispo que seu ministério episcopal seja profícuo na construção da cultura da paz, na busca da dignidade humana e da fraternidade.

Garanhuns-PE, em 14 de maio de 2024.

 

 Audálio Ramos Machado Filho

Presidente do IHGCG


ANTIGO CARTÃO POSTAL COM A FOTO DO PALÁCIO EPISCOPAL EM GARANHUNS- PE




sexta-feira, 10 de maio de 2024

GARANHUNS: HISTÓRIA E NATUREZA - POR RUBER VAN DER LINDEN (in memoriam)

 

AUTORRETRATO DE RUBER VAN DER LINDEN
(JORNAL O SÉCULO)







ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NA REVISTA RUBER Nº 01 - 2018 - DO INSTITUTO HISTÓRICO, GEOGRÁFICO E CULTURAL DE GARANHUNS - IHGCG - ORGANIZAÇÃO ÍGOR CARDOSO








segunda-feira, 6 de maio de 2024

PROGRESSO: DE GARANHUNS - A vida, as ideias e os negócios de JOÃO TUDE DE MELO - Por JAKSON FITIPALDI (IHGCG) in memoriam

 
Um dos primeiros ônibus da empresa Progresso, conhecido como "sopa" na época


    A história da Progresso começou em 1932, em Garanhuns, Interior de Pernambuco. Seu fundador João Tude de Melo começou a trabalhar com 12 anos como carregador de bagagens, e aos 18 já era motorista de caminhão. Logo tornou-se dono de uma oficina mecânica e a partir daí iniciou sua frota de caminhões. 

    E assim surgiu na década de 30, em Garanhuns, a empresa João Tude de Melo. Em 1934, foi criada a primeira linha regular de ônibus do Nordeste brasileiro, ligando Garanhuns ao Recife, um trecho de 250 km gastos em 15 horas de estradas de terra.


   JOÃO TUDE DE MELO,              UM HOMEM A FRENTE DO SEU TEMPO.


    Em 1940, João Tude projetou o primeiro ônibus construído no país com motor interno e frente reta da América do Sul, e ainda nesse ano foram criadas as linhas Recife - Rio de Janeiro e Recife - São Paulo.

    Todo esse sucesso valeu um convite do então Governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães, para que a empresa fosse transferida para o Recife. E em 1952, a empresa modificou sua razão social para Auto Viação Progresso Ltda.




Foi de 1962 a última carroceria fabricada pela Progresso: trazia a marca Carrocerias Tude


    Nos meados do século XX a Progresso teve participação intensa na evolução dos transportes rodoviários da América Latina, discutindo temas com as grandes empresas do setor.

    João Evangelista Tude de Melo, nasceu em 27 de dezembro de 1896 na Fazenda Mata do Diogo, Garanhuns - Pernambuco e faleceu em Recife, em janeiro de 1981.. Atualmente, o Terminal Rodoviário de Garanhuns o homenageia com seu nome.

Fonte: REGO, Alberto da Silva- Os Aldeões de Garanhuns- Coleção Tempo Municipal , Recife, 1987.  http://www.progressoonline.com.br https://www.lexicarbrasil.com.br/tude/


JAKSON FITIPALDI: Sócio do IHGCG, radialista, sonoplasta, com expressiva atuação no meio cultural de nossa cidade, fez parte da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Garanhuns e trabalhou na Secretaria de Governo da Prefeitura de Garanhuns; fundou a Web Rádio Antena, uma das primeiras rádios web no município. Faleceu precocemente em 31/07/2019, aos 48 anos.


P.S.: artigo publicado originalmente em 07/02/2015


quinta-feira, 2 de maio de 2024

ALDEÕES DE GARANHUNS: OS IRMÃOS MOREIRA DA COSTA E O CAFÉ. POR AUDÁLIO RAMOS M. FILHO (IHGCG)

    Irmãos Moreira da Costa: Antônio, Joaquim e Francisco (1950)



No final do século XIX, Portugal passou por grave crise econômica, na onda imigratória que se seguiu, milhares de portugueses, especialmente do Norte (Douro e Minho) vieram para o Brasil. Entre eles o casal Albino Moreira da Costa e Emília Roza (Pinto) da Costa, com seus filhos Joaquim (12 anos), Amélia (11 anos), Antonio (10 anos) e Francisco (06 anos). Era o ano de 1901, Vinham de Gondalães, localidade que dista dois quilômetros da cidade de Paredes, sede do Conselho do mesmo nome, Distrito de Penafiel, região do Porto (Douro).

            Vieram através de Ramiro Moreira da Costa, irmão de Albino, que já imigrara anos antes e que tinha uma importante Livraria e Tipografia em Recife e que adquirira a Fazenda Amizade, no Distrito de Brejão de Santa Cruz, município de Garanhuns – PE. Com muita dificuldade iniciaram o cultivo de café. Após algum tempo adquiriram as Fazendas vizinhas; a Cajazeiras e a União, ampliando as plantações de café, abençoados pela terra de Brejão, excelente para o cultivo, da abundância de água e da altitude, propícia para a variedade arábica. Além do café, cultivavam também milho, feijão e criavam gado bovino, contando com abundância de frutas: caju, manga, jaca, jabuticaba, sapoti, goiaba.

 
          Albino Moreira da Costa e Emília Roza da Costa com os filhos recém-chegados ao Brasil

            Em dezembro de 1917, aos 59 anos, falecia precocemente o chefe da família, Albino Moreira, Após a morte do patriarca, os irmãos dividiram as propriedades: a Cajazeira coube a Joaquim Moreira, que depois adquirindo outras terras, mudou a sede para a Fazenda Serra Morena. A Fazenda União ficou com Antônio Moreira e a Amizade com Francisco Moreira.
A irmã deles, Amélia Moreira, casou com o português Joaquim Moreira Alves, também cafeicultor em Brejão, na Fazenda Providência, ele faleceu em 1951, ela em 1955. O Álbum de Garanhuns de 1922/23, de Abdísio Vespasiano e Álvaro Lemos, ressalta a produção e qualidade dos cafezais dos irmãos Moreira, pois eram produtores do café “lavado”, ou café fino, que se destacava no comércio recifense. Em 1937 encontramos Francisco (Chico) Moreira como Presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Garanhuns, logo em seguida chega a ser o Venerável da Loja Maçônica Mensageiros do Bem.
Antônio Moreira, casado com a também portuguesa dos Açores, Ignez Vieira Mattos, filha do gerente da Fazenda Vista Alegre dos Figueiras, sr. Manoel Mattos, constrói sua residência em Garanhuns, na Praça D. Moura, isto em 1930. Chico Moreira constrói sua casa ao lado do irmão.
Hoje, vários descendentes de Joaquim e Antônio (Chico não teve filhos), continuam a desenvolver Garanhuns em vários ramos de atividades. Joaquim faleceu em 1971, Francisco em 1973, e Antônio em 1980. Deixaram um legado de trabalho árduo em benefício do crescimento do município, sofrendo as consequências das políticas desastrosas do Governo Federal que levou a derrocada da cafeicultura do Agreste Meridional no final dos anos 60.


Família Moreira da Costa em 1955, na Fazenda União - Brejão 

Fonte: Aldeões de Garanhuns - Alberto da Silva Rêgo; Almanaque de Garanhuns 1937 - Ruber van der Linden e arquivos da família Moreira da Costa cedidos ao IHGG.

Publicado originalmente em 29/03/2017.