quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

INSTITUTO HISTÓRICO LANÇARÁ LIVRO RETRATANDO HISTÓRIA DE GARANHUNS


O Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns (IHGG) , lançará em breve o livro ¨Pingos de Garanhuns¨ que tem a autoria de Arlinda da Mota Valença, retratando parte da História de Garanhuns entre os anos de 1969 à 1983.



Edilson Nunes - membro do IHGG que está redigitando o livro
O material foi entregue pelo o sobrinho da escritora o Sr. Pedro Jorge Silvestre Valença aos membros do IHGG, Audálio Filho e ao Professor Vilela, o livro está em fase de redigitação e em breve será lançado e distribuído gratuitamente aos apaixonados pela história de Garanhuns.

Arlinda da Mota Valença, filha de Abílio Camilo Valença e Emilia da Mota Valença, nascida em 04 de fevereiro de 1903 em Pesqueira – Pernambuco, estudou no colégio Santa Sofia.

Faleceu: No dia 7 de julho de 1997. Sepultada no jazigo da Família Valença no Cemitério São Miguel.

Professora de Matemática, Geografia Geral e do Brasil, Mecanografia, Datilografia e Inglês. Trabalhou nos colégios Diocesano de Garanhuns, Santa Sofia Monsenhor Adelmar da Mota Valença e colégio Estadual Jerônimo Gueiros.


sábado, 1 de fevereiro de 2014

TERRA DOS GARANHUNS: A FAMÍLIA DE SIMÔA GOMES DE AZEVEDO do Blog do Anchieta Barros

TERRA DOS GARANHUNS: A FAMÍLIA DE SIMÔA GOMES DE AZEVEDO



Em dezembro de 1693 nascia Simôa Gomes de Azevedo, filha do Cabo Miguel Coelho Gomes com uma índia cariri (Unhanhú).

Este fato era  muito comum no Brasil daquelas épocas, como país primitivo, em começo de colonização, repetiu-se com freqência, de norte a sul, mormente quando na fase de povoamento dos sertões longínquos faltaram quase por completo mulheres de raça branca, encontrando os pioneiros embrutecidos nas selvícolas perfeita correspondência ao seu desejo matrimonial.

A história não registrou o nome da indigena cariri, (Unhanhú), mãe de Simôa Gomes, embora conste da tradição o acontecimento social, pois é evidente que o fato se realizou à luz meridiana dos trópicos "na praia deserta do riacho Paratagi dos campos dos Unhanhú", onde Miguel Coelho Gomes fixou a sua residência, e tomou, mais tarde, o nome patronímico de "Brejo do Coelho".

O monte ao lado esquerdo do riacho afluente do rio Mundaú, tomou também, o nome de Monte do Miguel, e segundo Alfredo Leite Cavalcanti, pesquisador dos arquivos de Garanhuns, o local onde nasceu Simôa Gomes deve ter ficado no sopé do dito monte, hoje denominado Morro da Boa Vista.

No aprazível "Brejo do Coelho", atual "Brejo das Flores", ficou situado o primeiro curral de gado, núcleo provável daquela primeira fazenda de criação de Garanhuns, que se denominou "Garcia", em memória póstuma, talvez de Garcia d'Ávila, ou em homenagem provavelmente a Garcia Rodrigues Pais, filho do grande bandeirante Fernão Dias Pais Leme, o qual, de 1674 a 1681, varou os sertões de Minas e da Bahia, em procura das esmeraldas descobertas pelo pai e, deixando as cabeceiras do rio das Velhas, em 1960, tomou o rumo norte, atingindo do rio São Francisco, como fizeram antes os sertanistas Domingos Jorge Velho e Matias Cardoso de Almeida.

Simôa Gomes evoca um misto de lenda e de história, na paisagem histórica e social da Terra dos Garanhuns.

Descendente de velho tronco piratiningano de abencerragens bandeirantes, ela sendo  neta do Mestre de Campo Domingos Jorge Velho, digno êmulo de Fernão Dias Pais Lema e Matias Cardoso de Almeida.

Herdeira, em linhagem direta, das características atávicas dos seus ancestrais: do gênio dos íncolas e caráter aventureiro dos sertanistas prêadores de índios, Simôa Gomes encarna o prototipo de mulher pioneira, aliando a coragem e a bravura as qualidades de jovem sonhadora e idealista. Unindo, paradoxalmente, à bondade do coração, a energia e a altivez. Inteligente, não obstante ser analfabeta e ignorante.

A criança brejeira, filha do Cabo Miguel Coelho Gomes, em conúbio com uma indígena cariri, "na praia deserta dos campos dos Unhanhú, transformou-se, do dia para a noite, na dama de alto porte, destemida e impávida, que cavalgava, varonilmente, fogosos corcéis(cavalos) de seu pai ou dos colonos de sua fazenda Garcia, de  pistolas nos coldres à cinta, à moda brasilica setecentista.

E é este mesmo sentimento confuso, estuante em sua alma, que a suscita, ora a dominar os selvícolas de sua própria raça, como autêntica mameluca no começo da colonização; ora a liberar escravos pretos, mediante alvarás, como aquele de 1726, compulsado por Alfredo Leite Cavalcanti nos arquivos dos Cartórios de Garanhuns, sendo já viúva em plena florescência de sua vida; ora a doar parte do seu patrimônio à Irmandade das Almas, da sua Paróquia de Santo Antônio do Ararobá, num gesto acendrado de misticismo, em 15 de maio de 1756, ma muturidade.

Nascida no fim do século XVII, em dezembro de 1693, no desabrochar de sua adolescência, era já mãe de Valério Ferreira de Azevedo e Bertoleza Ferreira, filhos legítimos do Coronel Manuel Ferreira de Azevedo, a ela unido matrimonialmente, segundo consta do inventário dos seus bens, logo após o seu falecimento, em 1726, e da escritura de doação feita pela mesma, de parte da fazenda Garcia, em 1756.

A última notícia que se possui da pioneira é desta data, parecendo provável que não chegou a presenciar as núpcias do seu filho varão com Águeda Maria e, muito menos, estreitar ao colo os seus netos: Francisca, Antônio, Maria da Luz e Manuel Ferreira de Azevedo.

É justamente deste último, casado com sua prima legítima Maria de Jesus da Silva, que procede Luiz Ferreira de Azevedo, pró-homem de Garanhuns, grande patriarca com uma prole de dezoito filhos, troncos de inúmeras famílias antigas do município.

O primogênito Agostinho Ferreira de Azevedo, residiu na casa de taipa e telhas, que existiu na antiga Praça Rio Branco, segundo afirmou Sales Vila Nova. Simôa Gomes de Azevedo faleceu em 1763.(Fonte: Livro "A Terra dos Garanhuns", do professor João de Deus de Oliveira Dias, ano de 1954).
http://anchietabarros.blogspot.com.br/2014/01/terra-dos-garanhuns-familia-de-simoa.html