segunda-feira, 25 de julho de 2016

INSTITUTO HISTÓRICO EXIBE EXPOSIÇÃO COLETIVA DE ARTISTAS GARANHUENSES DURANTE 26º FIG‏

por DANIELA BATISTA
edição de texto CLOVES TEODORICO
fotos de CAMILA QUEIROZ



O Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns (IHGG) está sediando, durante a 26ª edição do Festival de Inverno, uma exposição coletiva de fotografias e pinturas, que acontece até o próximo sábado (30). Todos os artistas que estão expondo são naturais da cidade de Garanhuns.

A fotógrafa Amanda Pietra exibe, mais uma vez, no Festival de Inverno – desta vez mostra Seu Abilho, que revela o cenário nordestino e a história do sertanejo Abilho, que tem parentesco com Amanda. “Seu Abilho é a compreensão da força do agricultor que se expressa tão forte nas marcas absorvidas em sua pele, no decorrer do seu envelhecimento e trabalho árduo”, comenta.

O pintor Jáder Cysneiros expõe seus quadros que misturam técnicas de cubismo, abstrato e o figurativo. Suas telas em acrílico demonstram a brasilidade por meio de cores vivas e rostos. Além desses dois artistas, Espedito Dias, Osvaldo Vicente e Socorrinho Gueiros também ganham um espaço para mostrar seus trabalhos no IHGG.

O IHGG também oferece palestras todos os dias, a partir das 16h30min; e teatro a partir das 19h. O IHGG é localizado na Praça Dom Moura, 44, no Centro – próximo à Casa Galeria Galpão. Confira a programação do Polo para os próximos dias:

TEATRO - Sempre às 19h
Terça-feira (26) e Quinta-feira (28):
MilkShakespeare (ensaio aberto)
Direção: Elias Mouret 4noPorão Cia de Teatro
Quarta-feira (27) e Sexta-feira (29):
Os Miseráveis (ensaio aberto)
Direção: Marcos Freitas Ubuntu-Teatro

PALESTRAS - Sempre às 16h30:
Terça-feira, 26/7:
João Marques: Augusto Calheiros
Quarta-feira, 27/7:
Igor Cardoso: Fernando Jouteux – O Maestro de chapéu de couro
Quinta-feira, 28/7:
Ivonete Xavier: Luis Jardim – O Traço e a Prosa
Sexta-feira, 29/7:

 Juvenal Barbosa Lopes: Catimbó-Jurema – Fé, Magia, Força e Segredo no Sertão Nordestino




terça-feira, 5 de julho de 2016

INSTITUTO HISTÓRICO DE GARANHUNS E A COMISSÃO DO MEMORIAL DA HECATOMBE PROMOVEM EXPOSIÇÃO SOBRE A ELEIÇÃO DE 10 DE JULHO DE 1916







Por Cláudio Gonçalves de Lima

No próximo dia 10 de julho estará completando um século de uma das mais acirradas e disputadas eleições do município de Garanhuns. 

A Comissão do Memorial da Hecatombe e Instituto Histórico e Geográfico de Garanhuns para relembrar esse momento histórico que antecedeu a Hecatombe de Garanhuns estão promovendo a exposição da eleição de 1916, que trará ao público registros iconográficos, lista de eleitores e uma urna do início do século XX. A exposição já está aberta ao público e poderá ser visitada nos horários das 8:00 ás 12:00 horas e das 14:00 ás 17: 00 horas.
A DISPUTA ELEITORAL EM GARANHUNS EM 1916.

A eleição para a sucessão do governo municipal de Garanhuns aconteceria em 10 de julho de 1916. A disputada eleitoral seria marcada por duas cisões no situacionismo, na esfera estadual o Governador Manoel Antônio Pereira Borba havia rompido com o general Dantas Barreto, enquanto em Garanhuns o prefeito Francisco Vieira dos Santos, eleito em 1913 com o apoio do tenente-coronel Júlio Brasileiro havia se afastado da ala Julista passando a fazer oposição ao mandatário político. 

Diante desse rompimento político estadual e municipal, Manoel Jardim, Francisco Veloso, Sátiro Ivo, Argemiro e Júlio Miranda, grupo Jardinista e que estavam afastados da política decidem apoiar na disputa local para prefeito o Dr. José da Rocha Carvalho e Subprefeito Dr. Antônio Borba Junior. O tenente-coronel Júlio Brasileiro, então deputado estadual, temendo uma derrota, resolve lançar a sua candidatura a Prefeito, tendo como companheiro de chapa e candidato a Subprefeito o capitão Thomaz da Silva Maia.

Durante a campanha, o capitão Francisco Sales Vila Nova, oposicionista, denunciava através de notas pagas nos jornais da Capital os excessos de violências cometidas por parentes e correligionários de Júlio Brasileiro, revelando que cruzes negras estavam sendo colocadas nas casa dos adversários políticos e que uma lista negra estava sendo preparada com os nomes dos oposicionistas para que logo após a vitória de Júlio Brasileiro todos fossem surrados a cipó-de-boi numa sessão de três carrascos para cada um.

A campanha eleitoral transcorreu nesse clima de insegurança e algumas casas dos adversários políticos de Júlio Brasileiro foram emporcalhadas com fezes humanas, entre elas a do major Sátiro Ivo.

Realizada a eleição em 10 de julho, os resultados das urnas foram esmagadoras, o tenente-coronel Júlio Brasileiro obteve 1.114 votos, enquanto o seu adversário Dr. Rocha Carvalho 428 votos. A vitória da ala dominante foi acintosa e extensivamente comemorada por parentes, amigos e correligionários, contudo, a eleição foi anulada, pois de acordo com a lei eleitoral o tenente-coronel Júlio Brasileiro era inelegível, pois seu mandato de deputado só terminaria em novembro daquele ano, o que lhe impediria de concorrer ao cargo de Prefeito, também as denúncias de títulos eleitorais duplicados contribuíram para a anulação do pleito.

Mediante os protestos da oposição, o Governador Manoel Borba acabou encontrando um estratagema político para tentar agradar os antagônicos, marcar uma nova eleição para 07 de janeiro de 1917 e transparecer aos opositores uma posição de imparcialidade no processo. Doutor Rocha Carvalho diante da resolução governamental decidi retirar a sua candidatura da disputa.

No domingo, 07 de janeiro de 1917, realizasse a nova eleição, havendo manifestações nas seções eleitorais, lideradas pelo capitão Sales Vila Nova, que dias antes havia sido ameaçado em plena feira pelo tenente-coronel Júlio brasileiro de surrá-lo se Sales continuasse a publicar notas sobre ele nos jornais.

Apesar dos contratempos a eleição transcorreu normalmente, e o resultado oficial seria divulgado um mês depois, 07 de fevereiro de 1917. Sete dias depois o tenente-coronel Júlio brasileiro seria assassinado no Café Chile em Recife e no dia seguinte aconteceria a Hecatombe de Garanhuns.

Texto: Professor Cláudio Gonçalves - Representante do IHGG na Comissão do Memorial da Hecatombe.