terça-feira, 28 de março de 2017

ALDEÕES DE GARANHUNS: IRMÃOS MOREIRA DA COSTA


Irmãos Moreira da Costa: Antônio, Joaquim e Francisco (1950)

No final do século XIX, Portugal passou por grave crise econômica, na onda imigratória que se seguiu, milhares de portugueses, especialmente do Norte (Douro e Minho) vieram para o Brasil. Entre eles o casal Albino Moreira da Costa e Emília Roza (Pinto) da Costa, com seus filhos Joaquim (12 anos), Amélia (11 anos), Antonio (10 anos) e Francisco (06 anos). Era o ano de 1901, Vinham de Gondalães, localidade que dista dois quilômetros da cidade de Paredes, sede do Conselho do mesmo nome, Distrito de Penafiel, região do Porto (Douro).

            Vieram através de Ramiro Moreira da Costa, irmão de Albino, que já imigrara anos antes e que tinha uma importante Livraria e Tipografia em Recife e que adquirira a Fazenda Amizade, no Distrito de Brejão de Santa Cruz, município de Garanhuns – PE. Com muita dificuldade iniciaram o cultivo de café. Após algum tempo adquiriram as Fazendas vizinhas; a Cajazeiras e a União, ampliando as plantações de café, abençoados pela terra de Brejão, excelente para o cultivo, da abundância de água e da altitude, propícia para a variedade arábica. Além do café, cultivavam também milho, feijão e criavam gado bovino, contando com abundância de frutas: caju, manga, jaca, jabuticaba, sapoti, goiaba.


Albino Moreira da Costa e Emília Roza da Costa com os filhos recém-chegados ao Brasil

            Em dezembro de 1917, aos 59 anos, falecia precocemente o chefe da família, Albino Moreira, Após a morte do patriarca, os irmãos dividiram as propriedades: a Cajazeira coube a Joaquim Moreira, que depois adquirindo outras terras, mudou a sede para a Fazenda Serra Morena. A Fazenda União ficou com Antônio Moreira e a Amizade com Francisco Moreira.
A irmã deles, Amélia Moreira, casou com o português Joaquim Moreira Alves, também cafeicultor em Brejão, na Fazenda Providência, ele faleceu em 1951, ela em 1955. O Álbum de Garanhuns de 1922/23, de Abdísio Vespasiano e Álvaro Lemos, ressalta a produção e qualidade dos cafezais dos irmãos Moreira, que concorriam com o café “lavado”, ou café fino, que se destacava no comércio recifense. Em 1937 encontramos Francisco (Chico) Moreira como Presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Garanhuns, logo em seguida chega a ser o Venerável da Loja Maçônica Mensageiros do Bem.
Antônio Moreira, casado com a também portuguesa dos Açores, Ignez Vieira Mattos, filha do gerente da Fazenda Vista Alegre dos Figueiras, sr. Manoel Mattos, constrói sua residência em Garanhuns, na Praça D. Moura, isto em 1930. Chico Moreira constrói sua casa ao lado do irmão.
Hoje, vários descendentes de Joaquim e Antônio (Chico não teve filhos), continuam a desenvolver Garanhuns em vários ramos de atividades. Joaquim faleceu em 1971, Francisco em 1973, e Antônio em 1980. Deixaram um legado de trabalho árduo em benefício do crescimento do município, sofrendo as consequências das políticas desastrosas do Governo Federal que levou a derrocada da cafeicultura do Agreste Meridional no final dos anos 60.


Família Moreira da Costa em 1955, na Fazenda União - Brejão 

Fonte: Aldeões de Garanhuns - Alberto da Silva Rêgo; Almanaque de Garanhuns 1937 - Ruber van der Linden e arquivos da família Moreira da Costa cedidos ao IHGG.




















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