Irmãos Moreira da Costa: Antônio, Joaquim e
Francisco (1950)
No final do
século XIX, Portugal passou por grave crise econômica, na onda imigratória que
se seguiu, milhares de portugueses, especialmente do Norte (Douro e Minho)
vieram para o Brasil. Entre eles o casal Albino
Moreira da Costa e Emília Roza
(Pinto) da Costa, com seus filhos Joaquim (12 anos), Amélia (11 anos),
Antonio (10 anos) e Francisco (06 anos). Era o ano de 1901, Vinham de
Gondalães, localidade que dista dois quilômetros da cidade de Paredes, sede do
Conselho do mesmo nome, Distrito de Penafiel, região do Porto (Douro).
Vieram através de Ramiro Moreira da Costa, irmão de Albino, que já
imigrara anos antes e que tinha uma importante Livraria e Tipografia em Recife
e que adquirira a Fazenda Amizade, no Distrito de Brejão de Santa Cruz,
município de Garanhuns – PE. Com muita
dificuldade iniciaram o cultivo de café. Após algum tempo adquiriram as
Fazendas vizinhas; a Cajazeiras e a União, ampliando as plantações de café,
abençoados pela terra de Brejão, excelente para o cultivo, da abundância de
água e da altitude, propícia para a variedade arábica. Além do café, cultivavam
também milho, feijão e criavam gado bovino, contando com abundância de frutas:
caju, manga, jaca, jabuticaba, sapoti, goiaba.
Albino Moreira da Costa e Emília Roza da Costa com os filhos recém-chegados ao Brasil
Em dezembro de 1917, aos 59 anos,
falecia precocemente o chefe da família, Albino Moreira,
Após a morte do patriarca, os irmãos dividiram as propriedades: a Cajazeira
coube a Joaquim Moreira, que depois adquirindo outras terras, mudou a sede
para a Fazenda Serra Morena. A Fazenda União ficou com Antônio Moreira e a
Amizade com Francisco Moreira.
A irmã deles, Amélia Moreira, casou com o português
Joaquim Moreira Alves, também cafeicultor em Brejão, na Fazenda Providência,
ele faleceu em 1951, ela em 1955. O Álbum de Garanhuns de 1922/23, de Abdísio
Vespasiano e Álvaro Lemos, ressalta a produção e qualidade dos cafezais dos
irmãos Moreira, que concorriam com o café “lavado”, ou café fino, que se
destacava no comércio recifense. Em 1937 encontramos Francisco (Chico) Moreira
como Presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Garanhuns, logo em seguida
chega a ser o Venerável da Loja Maçônica Mensageiros do Bem.
Antônio Moreira, casado com a também portuguesa dos
Açores, Ignez Vieira Mattos, filha do gerente da Fazenda Vista Alegre dos
Figueiras, sr. Manoel Mattos, constrói sua residência em Garanhuns, na Praça D.
Moura, isto em 1930. Chico Moreira constrói sua casa ao lado do irmão.
Hoje, vários descendentes de Joaquim e Antônio
(Chico não teve filhos), continuam a desenvolver Garanhuns em vários ramos de
atividades. Joaquim faleceu em 1971, Francisco em 1973, e Antônio em 1980.
Deixaram um legado de trabalho árduo em benefício do crescimento do município,
sofrendo as consequências das políticas desastrosas do Governo Federal que
levou a derrocada da cafeicultura do Agreste Meridional no final dos anos 60.
Família Moreira da Costa em 1955, na Fazenda União - Brejão
Fonte: Aldeões de Garanhuns - Alberto da Silva Rêgo; Almanaque de Garanhuns 1937 - Ruber van der Linden e arquivos da família Moreira da Costa cedidos ao IHGG.
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