sexta-feira, 26 de abril de 2024

SÍMBOLOS OFICIAIS DO MUNICÍPIO DE GARANHUNS COMPLETARAM 66 ANOS - POR MAXWELL BENTO (IHGCG)

 



    Criado em 10 de março de 1811 o município de Garanhuns só foi instituir seus símbolos oficiais 147 anos depois, em 06 de março de 1958 através da Lei Municipal Nº 457, sancionada pelo então prefeito Cel. Francisco Simão dos Santos Figueira, depois de projeto aprovado na Câmara de Vereadores do município. Em 06 de março de 2024, completaram 66 anos desse ato institucional e de grande valor histórico.

    Nessa lei o gestor municipal oficializou a bandeira, o brasão de armas e a flâmula, criados pelo monge beneditino Ir. Paulo Ernst Lachenmayer - OSB, um mestre nas artes, que baseado nas normas da heráldica concebeu os símbolos garanhuenses, depois de solicitação do também monge Dom Gerardo - OSB, no ano de 1957 e doados a Prefeitura de Garanhuns como presente do Arquiabade do Mosteiro de São Bento da Bahia.

Dom Paulo Ernst Lachenmayer - OSB
Nascido na Alemanha em 1903, o criador dos símbolos
de Garanhuns viveu no Mosteiro de São Bento da Bahia
e faleceu em Salvador, em 07 de abril de 1990

    Muito habilidoso e articulado politicamente dom Gerardo fez a ponte entre o Mosteiro de Garanhuns e o de Salvador, e em sintonia com o prefeito Francisco Figueira, fez a encomenda dos nossos símbolos baseados nas características marcantes da Suiça Pernambucana, como se segue:

O branco simboliza a paz

O vermelho a autenticidade e fortaleza dos filhos da terra;

Os três anuns indicam que Garanhuns conhece e busca ideias elevadas;

As três esferas de cores azul e branco representam as fontes de águas minerais: Vila Maria, Paulo Amarelo e Serra Branca.


Bandeira de Garanhuns (1957)
Desenho original ofertado a Prefeitura de Garanhuns


Flâmula de Garanhuns (1957)
Desenho original ofertado a Prefeitura de Garanhuns


Brasão de Armas de Garanhuns
Após sua instituição passou a ser utilizado em todos os
documentos oficiais do município


Termo de doação dos símbolos municipais a
Prefeitura de Garanhuns escrito a punho
por Dom Paulo no início de 1958



Lei Nº 457 de 06 de março de 1958
Até então eram utilizados os símbolos do Estado de Pernambuco
nas documentações do município


Mosteiro de São Bento de Salvador-Bahia
Nesse local foram criados os símbolos do Município de Garanhuns


INSTITUTO HISTÓRICO, GEOGRÁFICO E CULTURAL DE GARANHUNS

Por MAXWELL BENTO (sócio fundador e Diretor Financeiro do IHGCG)

Colaboraram para o artigo:

Pesquisador Paulo Sérgio Ferreira - IHGCG
Dom Basílio Magno - OSB
Professor Cláudio Gonçalves - IHGCG
Neile Barros - ex-Secretária Municipal de Turismo e Cultura (in memoriam)

OBS: Artigo publicado originalmente em 06/03/2018. Com adaptações contextuais.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS EM PORTUGAL - 50 ANOS - HOMENAGEM DO IHGCG


50 ANOS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS EM PORTUGAL

     Na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, há 45 anos, pelas 22h 55m, era dado o sinal para ultimar a saída dos quartéis, através dos estúdios da Rádio Renascença que colocou “no ar” a conhecida canção de Paulo de Carvalho, “E Depois do Adeus”.

    A Guerra Colonial que lavrava em algumas das possessões portuguesas em África terá sido a razão mais forte para o desencadear da Revolução. Mas outras houve que também tiveram a sua quota-parte de influência, nomeadamente o facto de Portugal ter a mais velha ditadura da Europa com os seus organismos repressivos e a circunstância do choque do preço do petróleo do ano anterior ter trazido dificuldades acrescidas ao tecido empresarial português. O agravamento da situação militar, o livro de António Spínola (“Portugal e o Futuro”) e as vozes da oposição foram contribuindo, também, para o aumento da contestação da sociedade civil e, sobretudo, dos militares.


    A saída das Forças Armadas dos quartéis na madrugada de 25 de Abril de 1974, mais bem-sucedida que a intentona das Caldas da Rainha, no mês anterior, concretizou, de facto, a ação revolucionária que pôs fim ao regime de ditadura que vigorava desde 1926.

A ação militar, foi coordenada pelo major Otelo Saraiva de Carvalho, e teve início, como acima se viu, cerca das 23 horas do dia 24 com a transmissão, da canção “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho. Era a primeira indicação aos envolvidos no processo de que as operações estavam a decorrer com normalidade.


    Às 00h 20m já do dia 25 de Abril, era transmitida a canção “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso. Estava dado o sinal de que as unidades militares podiam avançar para a ocupação dos pontos considerados estratégicos para o sucesso do ato revolucionário, como as estações de rádio e da RTP, os aeroportos civis e militares, as principais instituições de direção político-militar, entre outros.


    Com o fim da resistência do Regimento de Cavalaria 7, a única força que saiu em defesa do regime em confronto com o destacamento da Escola Prática de Cavalaria de Santarém comandado pelo capitão Salgueiro Maia, no Terreiro do Paço, e com a rendição pacífica de Marcello Caetano, que dignamente entregou o poder ao general António Spínola, terminava, ao fim da tarde desse mesmo dia, o cerco ao quartel da GNR, no Carmo, e concluía-se, com êxito, a operação “Fim do Regime”.


    Entretanto, já o Movimento Militar era aclamado nas ruas pela população portuguesa, cansada da guerra e da ditadura, transformando os acontecimentos de Lisboa numa explosão social que se estendeu espontaneamente a todo o país, assumindo, assim, as características de uma autêntica revolução nacional que, pela sua índole pacífica, ficaria conhecida como a “Revolução dos Cravos”.


    O 25 de Abril de 1974 instaurou o atual regime democrático. O país passou a ser governado por uma Junta de Salvação Nacional que tomou as medidas que haveriam de extinguir, de imediato, o Estado Novo: foram destituídos os órgãos de poder (Governo, Presidente da República, Assembleia Nacional e Conselho de Estado), destruídas as estruturas repressivas (PIDE/DGS); extinta a Censura, a Legião e Mocidade portuguesas, libertados os presos políticos e assumiu-se o compromisso de criar condições para realizar eleições livres e democráticas, no prazo máximo de um ano. A Guerra Colonial chegou ao fim e criaram-se as condições necessárias e possíveis, naquela conjuntura bastante complexa, para negociar a independência das várias colónias portuguesas.



https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt/a-revolucao-dos-cravos-tem-46-anos-53778

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Nascimento da SUDENE, a visita do Presidente Juscelino Kubitschek a Garanhuns - 1959

Chegada de JK no Aeródromo localizado onde hoje é o IFPE




    Há 65 anos, no dia 25 de abril de 1959, o Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK), veio à Garanhuns a fim de presidir a instalação do Conselho de Desenvolvimento do Nordeste (Codeno) para o início do funcionamento da Operação Nordeste (Openo)., a realização do Seminário para o Desenvolvimento do Nordeste, presidido pelo Governador de Pernambuco Cid Sampaio, foi determinante para a posterior (dezembro de 1959) criação da Sudene, idealizada pelos bispos do Nordeste e pelo economista e Ministro Celso Furtado. Naquele dia Garanhuns se tornou a capital da República.

    Fato pitoresco: centenas de estudantes garanhuenses aguardaram o Presidente na Praça Tavares Correia (O Seminário aconteceu na Rádio Difusora de Garanhuns), a Sra. Vera Maria da Costa Ramos, então estudante do Colégio Santa Sofia, relata que "desabou uma trovoada pouco antes da chegada do presidente, e todos ficaram encharcados, mas ninguém arredou o pé, esperando JK".



Auditório da Rádio Difusora - Abertura do Seminário

DISCURSO DO PRESIDENTE JK NA ABERTURA DO SEMINÁRIO:

GARANHÜNS, 25 DE ABRIL DE 1959 NA INAUGURAÇÃO DO SEMINÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. 

    Aqui estamos nesta cidade de Garanhunsj tão decidida no seu esforço, por tornar-se um centro ativo de progresso, a fim de realizar um seminário que congrega homens de empresa de numerosas regiões do país e autoridades responsáveis pelo planejamento e execução da Operação Nordeste. 
    Anima-nos a todos um só propósito, uma só aspiração e uma só esperança, que é promover a aceleração do desenvolvimento harmônico do Brasil. Chegamos à conclusão de que o nosso próprio crêscimento será perigoso para o equilíbrio da Nação, se persistir a terrível coexistência de zonas cada vez mais prósperas com outras estagnadas, sob o trágico domínio do subdesenvolvimento. A Operação Nordeste não é um ato de simples réparação de situações injustas, a correção do desnível entre as partes do Brasil, mas um ato de prudência, de salvaguarda da unidade nacional e de alta política. 
    Não é apenas o Nordeste que está interessado em levar adiante esta obra de importância vital, mas todo o país; não é apenas o meu Governo que se beneficiará . dos resultados desta ação criadora que estamos inaugurando, mas todo o povo brasileiro. Vamos provar que não existem trechos do Brasil  inaproveitáveis, ou que devam ser considerados irreprodutivos e condenados à pobreza definitiva. Vamos provar que só há estagnação e subdesenvolvimento onde não foi encontrada uma interpretação exata para as dificuldades e peculiaridades regionais. 
    Vamos provar que a razão estava com os que sustentaram que este pedaço do Brasil, tão amado por seus filhos, poderia encontrar a redenção do desenvolvimento se o examinássemos com verdadeiro interesse, com a consciência e o conhecimento indispensáveis. Estou certo de que, deste seminário que vai ser levado a efeito e onde serão discutidas tantas teses de profundo interesse para os fins que perseguimos, surgirá a revelação de que esta parte do Brasil poderá transformar-se numa das bases da prosperidade geral. Um país como o nosso necessita da assistência e da solidariedade de todos os seus filhos. 
    Temos de Pensar e agir em comunhão para enfrentar esta floresta de dificuldades que, há tanto tempo, oferece obsr táculos ao avanço desta Nação. Estou certo de que algo de positivo nascerá deste encontro, pois aqui estão presentes muitos dos homens práticos e corajosos que trabalham para que sejamos um grande país. 
    Nestas breves palavras, quero apenas dar-vos a segurança de que o Governo está disposto a enfrentar quaisquer dificuldades ou oposições para complementar as realizações que, patriòticamente, vos dispuserdes a empreender nesta zona. Juntos venceremos eventuais tropeços burocráticos que tentem retardar vossa ação. Ordens terminantes já estão sendo dadas em tal sentido, e homens suficientemente prevenidos estão à frente da Operação Nordeste. 
    Jamais a Nação tanto necessitou da experiência, da coragem, da imaginação de seus empresários e homens de iniciativa, como nesta Operação Nordeste. Tendes o privilégio de participar de uma hora decisiva do nosso país. Muito esperamos de vós. Vosso trabalho e disposição para a luta se revestem de significado que transcende de muito o plano dos negócios. 
    O que ides fazer aqui diz respeito a um ato de grandeza. A sorte e a libertação de muitos milhões de brasileiros, subjugados e vencidos pela estagnação econômica, depende de vosso esforço e energia. Participais de uma ação viril e de um ato de vontade, inaugurais a epopéia da recuperação nordestina. Deveis ser gratos ao destino, que vos proporcionou a possibilidade de acrescentar, ao vosso trabalho de expansão e enriquecimento, um caráter libertador, um sentido elevado de redenção do Brasil, um aspecto relevante do dever de salvar o homem, que aqui luta e sofre. 

Silvio Apolinário de Araújo entrega escultura de Renato Pantaleão ao Presidente JK, sob as vistas do Governador Cid Sampaio, Prefeito interino Pedro de Souza Lima e estudante Airtón Diógenes Ivo Ubirajara.



 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

terça-feira, 16 de abril de 2024

Antigo Postal de Garanhuns -Av. Santo Antonio (vista parcial de Garanhuns) - Foto Veneza

VISTA PARCIAL DE GARANHUNS - ENTRE 1930/1940 - FOTO VENEZA


PREFEITOS DE GARANHUNS. 14º Prefeito: Coronel José de Almeida Filho (1919-1921) - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG

 SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

14º Prefeito:  Coronel José de Almeida Filho (1919-1921)

Subprefeito: Coronel José de Souza Leão Pereira Viana. 

Não há registro do resultado da eleição de 1919.

   José de Almeida Filho foi um dos maiores empresários de Garanhuns, era proprietário da  Empresa de Melhoramentos de Garanhuns, explorando a primeira fonte de água da cidade, o Pau Pombo. A empresa prestava serviços de abastecimento de água, luz e telefone., beneficiando com a canalização de água potável às ruas Rosa e Silva (Dantas Barreto), XV de Novembro e Santos Dumont. (Tinha em seus quadros o Engenheiro Ruber van der Linden)

   Na sua gestão investiu na melhoria das estradas que davam acesso  aos povoados pertencentes ao município. Criou diversas escolas nos distritos, calçou ruas e avenidas, inaugurou o Monumento do Ipiranga no bairro da Boa Vista, em razão do centenário da Independência do Brasil.

 Em 1921 comprou com recursos  próprios o terreno pertencente ao dr. Maximus Niemeyer, onde havia um horto de eucaliptos com 40.000 mil árvores plantadas, (atual Parque Euclides Dourado), inaugurando o bosque de Eucaliptos, cujo objetivo era a criação de um parque,  em virtude, do fim do seu mandato, não conseguiu concluir o seu projeto. O prefeito Luiz de Barros Brasil conservou o bosque, e por fim o prefeito Euclides Dourado em 1925 transformou o horto de eucaliptos em Parque e Zoológico com a denominação de Parque Municipal ou Parque dos Eucaliptos. Atualmente Parque Euclides Dourado.