Em
Garanhuns, o Tenente Amâncio Nunes, do Tiro de Guerra 45, convocou seus
atiradores e formou-se uma coluna de voluntários, sob o nome de Coluna Louca.
As inscrições se faziam no paço municipal, na rua Santo Antonio, sede do
Governo revolucionário.
Mario
Sarmento Pereira de Lyra , um alagoano que chegou ainda jovem a Garanhuns, foi
o lider revolucionário, ao lado de Fausto Lemos, José Gaspar da Silva,
Mário Matos, Eurico Pontes de Lyra, Reynaldo Alves, Josafá Pereira, João Tude
de Melo e muitos outros que foram aderindo e se tornando os chamados
autênticos, ou seja Revolucionários da 1ª hora.
O
deputado Souto Filho, chefe político local, aliado do Governador Estácio
Coimbra, e o Prefeito Euclides Dourado ao saberem que o governador
abandonara o palácio resolveram entregar o governo municipal de Garanhuns
aos revolucionários representados por uma junta governativa composta por Mário
Lyra, Fausto Lemos e José Gaspar da Silva.
A
Coluna foi crescendo e todas as noites na Praça João Pessoa aconteciam
comícios com discursos inflamados de Reynaldo Lins, Uzzae Canuto, Josemir
Correia e de outros revolucionários. Tudo, ao som dos hinos de João Pessoa e da
Aliança Liberal com a música do frevo do Clube Vassourinhas.
Toda
essa agitação e também a chegada da Coluna liderada por Juracy
Magalhães, tenente do exército nomeado interventor na Bahia por Getúlio Vargas,
fez de Garanhuns o eixo central dos Revolucionários que demandavam por
via terrestre ao Rio de Janeiro.
Juarez
Távora, chefe Nacional da Revolução no Norte do Brasil, comissionava Mario Lyra
no posto de Capitão da Revolução. E Lima Cavalcanti, interventor federal da
Revolução em Pernambuco, nomeou Mário Lyra interventor em
Garanhuns.
Mário
Lyra conduziu a Coluna Louca até Alagoas, mas o governador Álvaro Paes, ao
saber das notícias que as colunas de revoltosos avançavam para o território
alagoano, fugiu rumo ao sul do país, antes mesmo da chegada dos
revoltosos a Maceió, não se sabe ao certo se, numa barcaça ou num iate,
mas, do mesmo modo que o governador pernambucano. Vago o cargo de governador de
Alagoas, o Governo Federal ocupou-o com a indicação de interventores.
Os
revolucionários de 30 tinham como objetivo comum impedir a posse de Júlio Prestes e
derrubar o governo de Washington Luís. Além disso, havia os que
queriam reformular o sistema político vigente, os tenentes que
queriam reformas sociais e a centralização do poder, e também havia uma
ala dissidente da velha oligarquia, que viu no movimento revolucionário um
meio de aumentar seu poder pessoal.
Sob
pressão das forças revolucionárias, o poder foi transmitido a Getúlio Vargas.
Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República e começava um novo período
da história política brasileira, com Getúlio Vargas à frente do Governo
Provisório. Era o início da Era Vargas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário