domingo, 7 de setembro de 2014

DÉCADA DE 30 - A COLUNA LOUCA DE GARANHUNS



Em Garanhuns, o Tenente Amâncio Nunes, do Tiro de Guerra 45, convocou seus atiradores e formou-se uma coluna de voluntários, sob o nome de Coluna Louca. As inscrições se faziam no paço municipal, na rua Santo Antonio, sede do Governo revolucionário.

Mario Sarmento Pereira de Lyra , um alagoano que chegou ainda jovem a Garanhuns, foi o lider revolucionário, ao lado de Fausto Lemos, José Gaspar da Silva, Mário Matos, Eurico Pontes de Lyra, Reynaldo Alves, Josafá Pereira, João Tude de Melo e muitos outros que foram aderindo e se tornando os chamados autênticos, ou seja Revolucionários da 1ª hora.

O deputado Souto Filho, chefe político local, aliado do Governador Estácio Coimbra, e o Prefeito Euclides Dourado ao saberem  que o governador abandonara o palácio resolveram  entregar o governo municipal de Garanhuns aos revolucionários representados por uma junta governativa composta por Mário Lyra, Fausto Lemos e José Gaspar da Silva.

A Coluna foi crescendo e todas as noites na Praça João Pessoa aconteciam comícios  com discursos inflamados de Reynaldo Lins, Uzzae Canuto, Josemir Correia e de outros revolucionários. Tudo, ao som dos hinos de João Pessoa e da Aliança Liberal com a música do frevo do Clube Vassourinhas.

Toda essa agitação e também a chegada da Coluna liderada por Juracy Magalhães, tenente do exército nomeado interventor na Bahia por Getúlio Vargas,  fez de Garanhuns o eixo central dos Revolucionários que demandavam por via terrestre ao Rio de Janeiro.

Juarez Távora, chefe Nacional da Revolução no Norte do Brasil, comissionava Mario Lyra no posto de Capitão da Revolução. E Lima Cavalcanti, interventor federal da Revolução em Pernambuco, nomeou   Mário Lyra interventor em Garanhuns.

Mário Lyra conduziu a Coluna Louca até Alagoas, mas o governador Álvaro Paes, ao saber das notícias que as colunas de revoltosos avançavam para o território alagoano,  fugiu rumo ao sul do país, antes mesmo da chegada dos revoltosos a Maceió, não se sabe ao certo se, numa barcaça ou num iate, mas, do mesmo modo que o governador pernambucano. Vago o cargo de governador de Alagoas, o Governo Federal ocupou-o com a indicação de interventores.

Os revolucionários de 30 tinham como objetivo comum impedir a posse de Júlio Prestes e derrubar o governo de Washington Luís. Além disso, havia os que queriam reformular o sistema político vigente, os tenentes que queriam reformas sociais e a centralização do poder, e também havia uma ala dissidente da velha oligarquia, que viu no movimento revolucionário um meio de aumentar seu poder pessoal.

Sob pressão das forças revolucionárias, o poder foi transmitido a Getúlio Vargas. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República e começava um novo período da história política brasileira, com Getúlio Vargas à frente do Governo Provisório. Era o início da Era Vargas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário