domingo, 4 de janeiro de 2015

1915 - O CASAMENTO DE SOUTO FILHO

Antônio Souto Filho tinha motivos de sobra para estar de espírito aberto naquele 1915. Espírito e coração. Completara, com êxito, o seu primeiro mandato parlamentar, seguindo os ditames da sua consciência, de ser um fiel escudeiro de Dantas Barreto, e iria casar, aos 29 anos, com o grande amor da sua vida: Francisca Salgado Guedes Nogueira, sua prima em terceiro grau. Filha de Manoel Otaviano Guedes Noronha - dono do engenho Tibiry, em Barreiros - e de Francisca de Amorim Salgado Guedes Noronha. Dona Chiquita, como ficou conhecida, tinha mais três irmãos: Otaviano Júnior, Paulo e Maria Esther, mais tarde, casada com Sebastião do Rego Barros, então juiz de Direito da comarca e, em seguida, deputado.

Além da paixão que os uniu, Souto e Chiquita tinham algo que os completavam: ambos trabalharam intensamente na campanha dantista. Com seu pai, em Barreiros, ela participava dos atos públicos. No Recife, fazia parte do comitê feminino da campanha do general, conforme registro na primeira página do jornal A Província, de 24 de outubro de 1911. O casamento, em outubro de 1915, foi realizado na residência de Maroquinha Salgado Gomes de Mattos, prima-irmã da noiva, na Rua das Pernambucanas, 92, Graças. Segundo narrativa de Gerusa Souto Malheiros, em seu livro Memórias de Amor, a cerimônia foi simples, a pedido de dona Chiquita: ela havia perdido o pai, há dois anos, e ainda se sentia abalada emocionalmente.

Dantas Barreto - padrinho de casamento - e o ministro da Agricultura, José Bezerra Cavalcanti, eram algumas das autoridades presentes. Depois da recepção, os recém-casados seguiram no coche oficial para a nova residência, na Rua Joaquim Nabuco, 189. Lá, nasceram os quatro filhos do casal: Maria Esther Souto Carvalho, primogênita e afilhada de Dantas Barreto (1917), benemérita da Sociedade Pernambucana de Combate ao Câncer, e viúva do empresário e ex-deputado federal Adelmar da Costa Carvalho; Antonio Souto Neto, já falecido, médico, professor e diretor, durante várias gestões, do Ginásio Pernambucano; Maria Gerusa Souto Malheiros, viúva do engenheiro Raul Malheiros, que chegou ao Recife em 1941, acompanhando a equipe do brigadeiro Eduardo Gomes, e Cláudio Fernando da Silva Souto, professor titular da Faculdade de Direito do Recife.

Nenhum comentário:

Postar um comentário