terça-feira, 14 de maio de 2024

IHGCG SAÚDA O NOVO BISPO DE GARANHUNS, MONS. AGNALDO TEMÓTEO DA SILVEIRA


Em nome dos sócios do Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns, saudamos o 12º bispo da Diocese de Garanhuns: Mons. Agnaldo Timóteo da Silveira, nomeado hoje pelo Papa Francisco.

Atualmente Mons. Agnaldo Temóteo é o Vigário Geral da Diocese de Sobral-CE, cidade onde nasceu, seguindo os passos de outro ilustre sobralense, o Servo de Deus Dom Francisco Expedito Lopes. Outro fator nos une a sede episcopal cearense: o atual bispo de Sobral é o garanhuense e sócio honorário do IHGCG, D. (José Luiz) Vasconcelos.

Diante de tantos laços que nos unem, apresentamos nossas congratulações a Sua Excelência Reverendíssima Mons. Agnaldo Temóteo da Silveira, que sucederá a D. Paulo Jackson da Nóbrega, atualmente Arcebispo de Olinda e Recife, e grande amigo de nosso instituto. A história de Garanhuns e do Agreste Meridional caminha junto com a história da Igreja no interior de Pernambuco

Ao novo Bispo que seu ministério episcopal seja profícuo na construção da cultura da paz, na busca da dignidade humana e da fraternidade.

Garanhuns-PE, em 14 de maio de 2024.

 

 Audálio Ramos Machado Filho

Presidente do IHGCG


ANTIGO CARTÃO POSTAL COM A FOTO DO PALÁCIO EPISCOPAL EM GARANHUNS- PE




sexta-feira, 10 de maio de 2024

GARANHUNS: HISTÓRIA E NATUREZA - POR RUBER VAN DER LINDEN (in memoriam)

 

AUTORRETRATO DE RUBER VAN DER LINDEN
(JORNAL O SÉCULO)







ARTIGO PUBLICADO ORIGINALMENTE NA REVISTA RUBER Nº 01 - 2018 - DO INSTITUTO HISTÓRICO, GEOGRÁFICO E CULTURAL DE GARANHUNS - IHGCG - ORGANIZAÇÃO ÍGOR CARDOSO








segunda-feira, 6 de maio de 2024

PROGRESSO: DE GARANHUNS - A vida, as ideias e os negócios de JOÃO TUDE DE MELO - Por JAKSON FITIPALDI (IHGCG) in memoriam

 
Um dos primeiros ônibus da empresa Progresso, conhecido como "sopa" na época


    A história da Progresso começou em 1932, em Garanhuns, Interior de Pernambuco. Seu fundador João Tude de Melo começou a trabalhar com 12 anos como carregador de bagagens, e aos 18 já era motorista de caminhão. Logo tornou-se dono de uma oficina mecânica e a partir daí iniciou sua frota de caminhões. 

    E assim surgiu na década de 30, em Garanhuns, a empresa João Tude de Melo. Em 1934, foi criada a primeira linha regular de ônibus do Nordeste brasileiro, ligando Garanhuns ao Recife, um trecho de 250 km gastos em 15 horas de estradas de terra.


   JOÃO TUDE DE MELO,              UM HOMEM A FRENTE DO SEU TEMPO.


    Em 1940, João Tude projetou o primeiro ônibus construído no país com motor interno e frente reta da América do Sul, e ainda nesse ano foram criadas as linhas Recife - Rio de Janeiro e Recife - São Paulo.

    Todo esse sucesso valeu um convite do então Governador de Pernambuco, Agamenon Magalhães, para que a empresa fosse transferida para o Recife. E em 1952, a empresa modificou sua razão social para Auto Viação Progresso Ltda.




Foi de 1962 a última carroceria fabricada pela Progresso: trazia a marca Carrocerias Tude


    Nos meados do século XX a Progresso teve participação intensa na evolução dos transportes rodoviários da América Latina, discutindo temas com as grandes empresas do setor.

    João Evangelista Tude de Melo, nasceu em 27 de dezembro de 1896 na Fazenda Mata do Diogo, Garanhuns - Pernambuco e faleceu em Recife, em janeiro de 1981.. Atualmente, o Terminal Rodoviário de Garanhuns o homenageia com seu nome.

Fonte: REGO, Alberto da Silva- Os Aldeões de Garanhuns- Coleção Tempo Municipal , Recife, 1987.  http://www.progressoonline.com.br https://www.lexicarbrasil.com.br/tude/


JAKSON FITIPALDI: Sócio do IHGCG, radialista, sonoplasta, com expressiva atuação no meio cultural de nossa cidade, fez parte da Assessoria de Comunicação Social da Câmara Municipal de Garanhuns e trabalhou na Secretaria de Governo da Prefeitura de Garanhuns; fundou a Web Rádio Antena, uma das primeiras rádios web no município. Faleceu precocemente em 31/07/2019, aos 48 anos.


P.S.: artigo publicado originalmente em 07/02/2015


quinta-feira, 2 de maio de 2024

ALDEÕES DE GARANHUNS: OS IRMÃOS MOREIRA DA COSTA E O CAFÉ. POR AUDÁLIO RAMOS M. FILHO (IHGCG)

    Irmãos Moreira da Costa: Antônio, Joaquim e Francisco (1950)



No final do século XIX, Portugal passou por grave crise econômica, na onda imigratória que se seguiu, milhares de portugueses, especialmente do Norte (Douro e Minho) vieram para o Brasil. Entre eles o casal Albino Moreira da Costa e Emília Roza (Pinto) da Costa, com seus filhos Joaquim (12 anos), Amélia (11 anos), Antonio (10 anos) e Francisco (06 anos). Era o ano de 1901, Vinham de Gondalães, localidade que dista dois quilômetros da cidade de Paredes, sede do Conselho do mesmo nome, Distrito de Penafiel, região do Porto (Douro).

            Vieram através de Ramiro Moreira da Costa, irmão de Albino, que já imigrara anos antes e que tinha uma importante Livraria e Tipografia em Recife e que adquirira a Fazenda Amizade, no Distrito de Brejão de Santa Cruz, município de Garanhuns – PE. Com muita dificuldade iniciaram o cultivo de café. Após algum tempo adquiriram as Fazendas vizinhas; a Cajazeiras e a União, ampliando as plantações de café, abençoados pela terra de Brejão, excelente para o cultivo, da abundância de água e da altitude, propícia para a variedade arábica. Além do café, cultivavam também milho, feijão e criavam gado bovino, contando com abundância de frutas: caju, manga, jaca, jabuticaba, sapoti, goiaba.

 
          Albino Moreira da Costa e Emília Roza da Costa com os filhos recém-chegados ao Brasil

            Em dezembro de 1917, aos 59 anos, falecia precocemente o chefe da família, Albino Moreira, Após a morte do patriarca, os irmãos dividiram as propriedades: a Cajazeira coube a Joaquim Moreira, que depois adquirindo outras terras, mudou a sede para a Fazenda Serra Morena. A Fazenda União ficou com Antônio Moreira e a Amizade com Francisco Moreira.
A irmã deles, Amélia Moreira, casou com o português Joaquim Moreira Alves, também cafeicultor em Brejão, na Fazenda Providência, ele faleceu em 1951, ela em 1955. O Álbum de Garanhuns de 1922/23, de Abdísio Vespasiano e Álvaro Lemos, ressalta a produção e qualidade dos cafezais dos irmãos Moreira, pois eram produtores do café “lavado”, ou café fino, que se destacava no comércio recifense. Em 1937 encontramos Francisco (Chico) Moreira como Presidente da Cooperativa dos Cafeicultores de Garanhuns, logo em seguida chega a ser o Venerável da Loja Maçônica Mensageiros do Bem.
Antônio Moreira, casado com a também portuguesa dos Açores, Ignez Vieira Mattos, filha do gerente da Fazenda Vista Alegre dos Figueiras, sr. Manoel Mattos, constrói sua residência em Garanhuns, na Praça D. Moura, isto em 1930. Chico Moreira constrói sua casa ao lado do irmão.
Hoje, vários descendentes de Joaquim e Antônio (Chico não teve filhos), continuam a desenvolver Garanhuns em vários ramos de atividades. Joaquim faleceu em 1971, Francisco em 1973, e Antônio em 1980. Deixaram um legado de trabalho árduo em benefício do crescimento do município, sofrendo as consequências das políticas desastrosas do Governo Federal que levou a derrocada da cafeicultura do Agreste Meridional no final dos anos 60.


Família Moreira da Costa em 1955, na Fazenda União - Brejão 

Fonte: Aldeões de Garanhuns - Alberto da Silva Rêgo; Almanaque de Garanhuns 1937 - Ruber van der Linden e arquivos da família Moreira da Costa cedidos ao IHGG.

Publicado originalmente em 29/03/2017.

terça-feira, 30 de abril de 2024

PREFEITOS DE GARANHUNS. 15º Prefeito: LUIZ BRASIL (1922-1924) e 16º EUCLIDES DOURADO (1925-1928) - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG

 

COMPOSIÇÃO POLÍTICA DE GARANHUNS EM 1928 - REVISTA CIDADE (BLOG IBA MENDES)

SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

15º Prefeito: Luiz de Barros Correia Brasil (1922 a 1924)

Subprefeito: Euclides da Costa Dourado

  Luiz de Barros Correia Brasil faleceu antes de terminar o mandando assumindo o subprefeito Euclides Dourado.


16º Prefeito:  Coronel Euclides da Costa Dourado (1925 a 1928). 

   Em seu governo criou o  Arquivo Público Municipal, investiu na melhoria de  várias estradas que davam acesso as vilas e cidades circunvizinhas, dou o terreno para construção do Sanatório Tavares Correia, construiu a Praça Dom Moura, inaugurou o Parque Municipal (atual Parque Euclides Dourado), que contava com um pequeno zoológico

    Construiu o Cemitério São Miguel (inaugurado em 1927), construiu o  primeiro Matadouro Público e realizou a primeira exposição de Café. No Parque dos Eucaliptos pousou o primeiro avião (O Garoto) numa cidade do interior de Pernambuco e foi instalada a primeiro empresa de transporte coletivo, a Auto Viação Garanhuns. 

    Com o apoio do governo estadual inaugurou o Patronato de Menores e a Estação Experimental de Café.  Preocupado em destinar um espaço para abrigar os moradores dos arredores do Colégio XV, com a ajuda de Ruber van der Linden e mestre Nilo Ferreira construiu a principal obra do seu governo: o bairro de Heliópolis.


EUCLIDES DA COSTA DOURADO


sexta-feira, 26 de abril de 2024

SÍMBOLOS OFICIAIS DO MUNICÍPIO DE GARANHUNS COMPLETARAM 66 ANOS - POR MAXWELL BENTO (IHGCG)

 



    Criado em 10 de março de 1811 o município de Garanhuns só foi instituir seus símbolos oficiais 147 anos depois, em 06 de março de 1958 através da Lei Municipal Nº 457, sancionada pelo então prefeito Cel. Francisco Simão dos Santos Figueira, depois de projeto aprovado na Câmara de Vereadores do município. Em 06 de março de 2024, completaram 66 anos desse ato institucional e de grande valor histórico.

    Nessa lei o gestor municipal oficializou a bandeira, o brasão de armas e a flâmula, criados pelo monge beneditino Ir. Paulo Ernst Lachenmayer - OSB, um mestre nas artes, que baseado nas normas da heráldica concebeu os símbolos garanhuenses, depois de solicitação do também monge Dom Gerardo - OSB, no ano de 1957 e doados a Prefeitura de Garanhuns como presente do Arquiabade do Mosteiro de São Bento da Bahia.

Dom Paulo Ernst Lachenmayer - OSB
Nascido na Alemanha em 1903, o criador dos símbolos
de Garanhuns viveu no Mosteiro de São Bento da Bahia
e faleceu em Salvador, em 07 de abril de 1990

    Muito habilidoso e articulado politicamente dom Gerardo fez a ponte entre o Mosteiro de Garanhuns e o de Salvador, e em sintonia com o prefeito Francisco Figueira, fez a encomenda dos nossos símbolos baseados nas características marcantes da Suiça Pernambucana, como se segue:

O branco simboliza a paz

O vermelho a autenticidade e fortaleza dos filhos da terra;

Os três anuns indicam que Garanhuns conhece e busca ideias elevadas;

As três esferas de cores azul e branco representam as fontes de águas minerais: Vila Maria, Paulo Amarelo e Serra Branca.


Bandeira de Garanhuns (1957)
Desenho original ofertado a Prefeitura de Garanhuns


Flâmula de Garanhuns (1957)
Desenho original ofertado a Prefeitura de Garanhuns


Brasão de Armas de Garanhuns
Após sua instituição passou a ser utilizado em todos os
documentos oficiais do município


Termo de doação dos símbolos municipais a
Prefeitura de Garanhuns escrito a punho
por Dom Paulo no início de 1958



Lei Nº 457 de 06 de março de 1958
Até então eram utilizados os símbolos do Estado de Pernambuco
nas documentações do município


Mosteiro de São Bento de Salvador-Bahia
Nesse local foram criados os símbolos do Município de Garanhuns


INSTITUTO HISTÓRICO, GEOGRÁFICO E CULTURAL DE GARANHUNS

Por MAXWELL BENTO (sócio fundador e Diretor Financeiro do IHGCG)

Colaboraram para o artigo:

Pesquisador Paulo Sérgio Ferreira - IHGCG
Dom Basílio Magno - OSB
Professor Cláudio Gonçalves - IHGCG
Neile Barros - ex-Secretária Municipal de Turismo e Cultura (in memoriam)

OBS: Artigo publicado originalmente em 06/03/2018. Com adaptações contextuais.

quinta-feira, 25 de abril de 2024

REVOLUÇÃO DOS CRAVOS EM PORTUGAL - 50 ANOS - HOMENAGEM DO IHGCG


50 ANOS DA REVOLUÇÃO DOS CRAVOS EM PORTUGAL

     Na noite de 24 para 25 de Abril de 1974, há 45 anos, pelas 22h 55m, era dado o sinal para ultimar a saída dos quartéis, através dos estúdios da Rádio Renascença que colocou “no ar” a conhecida canção de Paulo de Carvalho, “E Depois do Adeus”.

    A Guerra Colonial que lavrava em algumas das possessões portuguesas em África terá sido a razão mais forte para o desencadear da Revolução. Mas outras houve que também tiveram a sua quota-parte de influência, nomeadamente o facto de Portugal ter a mais velha ditadura da Europa com os seus organismos repressivos e a circunstância do choque do preço do petróleo do ano anterior ter trazido dificuldades acrescidas ao tecido empresarial português. O agravamento da situação militar, o livro de António Spínola (“Portugal e o Futuro”) e as vozes da oposição foram contribuindo, também, para o aumento da contestação da sociedade civil e, sobretudo, dos militares.


    A saída das Forças Armadas dos quartéis na madrugada de 25 de Abril de 1974, mais bem-sucedida que a intentona das Caldas da Rainha, no mês anterior, concretizou, de facto, a ação revolucionária que pôs fim ao regime de ditadura que vigorava desde 1926.

A ação militar, foi coordenada pelo major Otelo Saraiva de Carvalho, e teve início, como acima se viu, cerca das 23 horas do dia 24 com a transmissão, da canção “E Depois do Adeus”, de Paulo de Carvalho. Era a primeira indicação aos envolvidos no processo de que as operações estavam a decorrer com normalidade.


    Às 00h 20m já do dia 25 de Abril, era transmitida a canção “Grândola, Vila Morena”, de José Afonso. Estava dado o sinal de que as unidades militares podiam avançar para a ocupação dos pontos considerados estratégicos para o sucesso do ato revolucionário, como as estações de rádio e da RTP, os aeroportos civis e militares, as principais instituições de direção político-militar, entre outros.


    Com o fim da resistência do Regimento de Cavalaria 7, a única força que saiu em defesa do regime em confronto com o destacamento da Escola Prática de Cavalaria de Santarém comandado pelo capitão Salgueiro Maia, no Terreiro do Paço, e com a rendição pacífica de Marcello Caetano, que dignamente entregou o poder ao general António Spínola, terminava, ao fim da tarde desse mesmo dia, o cerco ao quartel da GNR, no Carmo, e concluía-se, com êxito, a operação “Fim do Regime”.


    Entretanto, já o Movimento Militar era aclamado nas ruas pela população portuguesa, cansada da guerra e da ditadura, transformando os acontecimentos de Lisboa numa explosão social que se estendeu espontaneamente a todo o país, assumindo, assim, as características de uma autêntica revolução nacional que, pela sua índole pacífica, ficaria conhecida como a “Revolução dos Cravos”.


    O 25 de Abril de 1974 instaurou o atual regime democrático. O país passou a ser governado por uma Junta de Salvação Nacional que tomou as medidas que haveriam de extinguir, de imediato, o Estado Novo: foram destituídos os órgãos de poder (Governo, Presidente da República, Assembleia Nacional e Conselho de Estado), destruídas as estruturas repressivas (PIDE/DGS); extinta a Censura, a Legião e Mocidade portuguesas, libertados os presos políticos e assumiu-se o compromisso de criar condições para realizar eleições livres e democráticas, no prazo máximo de um ano. A Guerra Colonial chegou ao fim e criaram-se as condições necessárias e possíveis, naquela conjuntura bastante complexa, para negociar a independência das várias colónias portuguesas.



https://viajandonotempo.blogs.sapo.pt/a-revolucao-dos-cravos-tem-46-anos-53778

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Nascimento da SUDENE, a visita do Presidente Juscelino Kubitschek a Garanhuns - 1959

Chegada de JK no Aeródromo localizado onde hoje é o IFPE




    Há 65 anos, no dia 25 de abril de 1959, o Presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira (JK), veio à Garanhuns a fim de presidir a instalação do Conselho de Desenvolvimento do Nordeste (Codeno) para o início do funcionamento da Operação Nordeste (Openo)., a realização do Seminário para o Desenvolvimento do Nordeste, presidido pelo Governador de Pernambuco Cid Sampaio, foi determinante para a posterior (dezembro de 1959) criação da Sudene, idealizada pelos bispos do Nordeste e pelo economista e Ministro Celso Furtado. Naquele dia Garanhuns se tornou a capital da República.

    Fato pitoresco: centenas de estudantes garanhuenses aguardaram o Presidente na Praça Tavares Correia (O Seminário aconteceu na Rádio Difusora de Garanhuns), a Sra. Vera Maria da Costa Ramos, então estudante do Colégio Santa Sofia, relata que "desabou uma trovoada pouco antes da chegada do presidente, e todos ficaram encharcados, mas ninguém arredou o pé, esperando JK".



Auditório da Rádio Difusora - Abertura do Seminário

DISCURSO DO PRESIDENTE JK NA ABERTURA DO SEMINÁRIO:

GARANHÜNS, 25 DE ABRIL DE 1959 NA INAUGURAÇÃO DO SEMINÁRIO PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE. 

    Aqui estamos nesta cidade de Garanhunsj tão decidida no seu esforço, por tornar-se um centro ativo de progresso, a fim de realizar um seminário que congrega homens de empresa de numerosas regiões do país e autoridades responsáveis pelo planejamento e execução da Operação Nordeste. 
    Anima-nos a todos um só propósito, uma só aspiração e uma só esperança, que é promover a aceleração do desenvolvimento harmônico do Brasil. Chegamos à conclusão de que o nosso próprio crêscimento será perigoso para o equilíbrio da Nação, se persistir a terrível coexistência de zonas cada vez mais prósperas com outras estagnadas, sob o trágico domínio do subdesenvolvimento. A Operação Nordeste não é um ato de simples réparação de situações injustas, a correção do desnível entre as partes do Brasil, mas um ato de prudência, de salvaguarda da unidade nacional e de alta política. 
    Não é apenas o Nordeste que está interessado em levar adiante esta obra de importância vital, mas todo o país; não é apenas o meu Governo que se beneficiará . dos resultados desta ação criadora que estamos inaugurando, mas todo o povo brasileiro. Vamos provar que não existem trechos do Brasil  inaproveitáveis, ou que devam ser considerados irreprodutivos e condenados à pobreza definitiva. Vamos provar que só há estagnação e subdesenvolvimento onde não foi encontrada uma interpretação exata para as dificuldades e peculiaridades regionais. 
    Vamos provar que a razão estava com os que sustentaram que este pedaço do Brasil, tão amado por seus filhos, poderia encontrar a redenção do desenvolvimento se o examinássemos com verdadeiro interesse, com a consciência e o conhecimento indispensáveis. Estou certo de que, deste seminário que vai ser levado a efeito e onde serão discutidas tantas teses de profundo interesse para os fins que perseguimos, surgirá a revelação de que esta parte do Brasil poderá transformar-se numa das bases da prosperidade geral. Um país como o nosso necessita da assistência e da solidariedade de todos os seus filhos. 
    Temos de Pensar e agir em comunhão para enfrentar esta floresta de dificuldades que, há tanto tempo, oferece obsr táculos ao avanço desta Nação. Estou certo de que algo de positivo nascerá deste encontro, pois aqui estão presentes muitos dos homens práticos e corajosos que trabalham para que sejamos um grande país. 
    Nestas breves palavras, quero apenas dar-vos a segurança de que o Governo está disposto a enfrentar quaisquer dificuldades ou oposições para complementar as realizações que, patriòticamente, vos dispuserdes a empreender nesta zona. Juntos venceremos eventuais tropeços burocráticos que tentem retardar vossa ação. Ordens terminantes já estão sendo dadas em tal sentido, e homens suficientemente prevenidos estão à frente da Operação Nordeste. 
    Jamais a Nação tanto necessitou da experiência, da coragem, da imaginação de seus empresários e homens de iniciativa, como nesta Operação Nordeste. Tendes o privilégio de participar de uma hora decisiva do nosso país. Muito esperamos de vós. Vosso trabalho e disposição para a luta se revestem de significado que transcende de muito o plano dos negócios. 
    O que ides fazer aqui diz respeito a um ato de grandeza. A sorte e a libertação de muitos milhões de brasileiros, subjugados e vencidos pela estagnação econômica, depende de vosso esforço e energia. Participais de uma ação viril e de um ato de vontade, inaugurais a epopéia da recuperação nordestina. Deveis ser gratos ao destino, que vos proporcionou a possibilidade de acrescentar, ao vosso trabalho de expansão e enriquecimento, um caráter libertador, um sentido elevado de redenção do Brasil, um aspecto relevante do dever de salvar o homem, que aqui luta e sofre. 

Silvio Apolinário de Araújo entrega escultura de Renato Pantaleão ao Presidente JK, sob as vistas do Governador Cid Sampaio, Prefeito interino Pedro de Souza Lima e estudante Airtón Diógenes Ivo Ubirajara.



 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

terça-feira, 16 de abril de 2024

Antigo Postal de Garanhuns -Av. Santo Antonio (vista parcial de Garanhuns) - Foto Veneza

VISTA PARCIAL DE GARANHUNS - ENTRE 1930/1940 - FOTO VENEZA


PREFEITOS DE GARANHUNS. 14º Prefeito: Coronel José de Almeida Filho (1919-1921) - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG

 SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

14º Prefeito:  Coronel José de Almeida Filho (1919-1921)

Subprefeito: Coronel José de Souza Leão Pereira Viana. 

Não há registro do resultado da eleição de 1919.

   José de Almeida Filho foi um dos maiores empresários de Garanhuns, era proprietário da  Empresa de Melhoramentos de Garanhuns, explorando a primeira fonte de água da cidade, o Pau Pombo. A empresa prestava serviços de abastecimento de água, luz e telefone., beneficiando com a canalização de água potável às ruas Rosa e Silva (Dantas Barreto), XV de Novembro e Santos Dumont. (Tinha em seus quadros o Engenheiro Ruber van der Linden)

   Na sua gestão investiu na melhoria das estradas que davam acesso  aos povoados pertencentes ao município. Criou diversas escolas nos distritos, calçou ruas e avenidas, inaugurou o Monumento do Ipiranga no bairro da Boa Vista, em razão do centenário da Independência do Brasil.

 Em 1921 comprou com recursos  próprios o terreno pertencente ao dr. Maximus Niemeyer, onde havia um horto de eucaliptos com 40.000 mil árvores plantadas, (atual Parque Euclides Dourado), inaugurando o bosque de Eucaliptos, cujo objetivo era a criação de um parque,  em virtude, do fim do seu mandato, não conseguiu concluir o seu projeto. O prefeito Luiz de Barros Brasil conservou o bosque, e por fim o prefeito Euclides Dourado em 1925 transformou o horto de eucaliptos em Parque e Zoológico com a denominação de Parque Municipal ou Parque dos Eucaliptos. Atualmente Parque Euclides Dourado.





terça-feira, 26 de março de 2024

PREFEITOS DE GARANHUNS. 12º Prefeito: Coronel Joaquim Alves Barreto Coelho e 13º Prefeito: Pedro Ivo da Silva - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG


SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

12º Prefeito: Coronel Joaquim Alves Barreto Coelho (1917-1918)

Presidente do Conselho Municipal, assumiu o cargo de prefeito após a prisão de Thomaz Maia, em 03 de março de 1917. Thomaz Maia foi preso sob acusação de ter fornecido querosene para incendiar as casas das vítimas da Hecatombe. Foi inocentado da acusação dezembro de 1918.

13º Prefeito: Pedro Ivo da Silva (1918-1919)

Não há registro do resultado da eleição de 1918.
Atuou na reestrutura das atividades econômicas abaladas com a Hecatombe de Garanhuns e pacificação da cidade.

PREFEITOS DE GARANHUNS. 11º Prefeito: Capitão Thomaz da Silva Maia - Por Prof. Cláudio Gonçalves - IHGCG

 SÉRIE: PREFEITOS DE GARANHUNS.

11º Prefeito: Capitão Thomaz da Silva Maia.
(Tomou posse do cargo no lugar do prefeito eleito tenente-coronel Júlio Brasileiro, após a anulação da primeira eleição e depois do assassinado de Júlio Brasileiro no Café Chile, Recife, em 14 de janeiro de 1917).
Mandato: 15 de novembro de 1916 a 03 de março de 1917.
Prefeito eleito: Tenente-coronel Júlio Euthymio da Silva Brasileiro
Subprefeito: Thomaz da Silva Maia.
Primeira eleição: 10 de julho de 1916 - Júlio Brasileiro 1.114 votos e Dr. José da Rocha Carvalho 428 votos (A eleição foi anulada pois o candidato Júlio Brasileiro exercia o cargo de deputado e não poderia concorrer ao cargo de prefeito antes da conclusão do mandato, mas o governador Manoel Borba, anulou a eleição e marcou um novo pleito. A oposição insatisfeita com a decisão retirou a candidatura.
Com a anulação da eleição, o Capitão Thomaz da Silva Maia tomou posse do cargo de prefeito de Garanhuns em 15 de novembro de 1916, permanecendo a frente da administração municipal até 03 de março de 1917, quando é preso sob acusação de ter fornecido querosene para os jagunços incendiarem as casas comerciais das vítimas da Hecatombe de Garanhuns. Provada sua inocência retorna a Garanhuns em dezembro de 1918, mas não assumi o cargo de prefeito.
Segunda eleição: 07 de janeiro de 1917 - Tenente-coronel Júlio Euthymio da Silva Brasileiro, candidato único, 1.232 votos.
Júlio Brasileiro não chegou a tomar posse. No dia 14 de Janeiro de 1917 foi assassinado no Café Chile em Recife pelo Capitão Francisco Sales Vila Nova, que dois dias antes, ao voltar a noite para casa foi cercado por seis homens mascarados e barbaramente espancado a bengaladas e chicotadas de cipó-de-boi, reconhecimento entre os agressores, o secretário da prefeitura, Fausto Galo, o irmão e o sobrinho de Júlio Brasileiro. O assassinato de Júlio Brasileiro, desencadeou uma revolta e um desejo de vingança contra os adversários políticos de Júlio Brasileiro, os chefes políticos jardinistas, os quais sem ter nenhuma participação no crime, eram acusados por alguns familiares e correligionários de Júlio Brasileiro de terem planejado a morte do chefe político. Na manhã de 15 de janeiro a cidade, centenas de homens armados invadiram a cidade jurando vingança. Sofrendo ameaças e correndo risco de vida, Sátiro Ivo, Dr. Antônio Borba Junior, Francisco Veloso, Manoel Jardim e os irmãos Argemiro e Júlio Miranda, são convencidos a ser recolherem a cadeia, sob a proteção do tenente-delegado Meira Lima. A tarde a cadeia é invadida por dezenas de homens armados mesmo com toda resistência do cabo Cobrinha, sargento Pedro Malta e dos praças Ezequiel Cabral de Souza, Manoel João de Oliveira, Pedro Antônio Dias e Francisco Maciel Pinto. O que se sucede é uma tragédia, com o assassinato de todos os principais chefes políticos jardinistas e do jovem Gonzaga Jardim, que minutos antes da invasão fora a cadeia visitar o tio Manoel Jardim. Essa página triste da nossa história política ficou conhecida nacionalmente como a Hecatombe de Garanhuns.






segunda-feira, 11 de março de 2024

INSTITUTO HISTÓRICO E GEOGRÁFICO COMEMORA OS 213 ANOS DE GARANHUNS

    Com várias atividades, o IHGCG - Instituto Histórico, Geográfico e Cultural de Garanhuns, homenageia os 213 anos de criação do Município de Garanhuns - 10/03/1811 -. Entre as ações visitas à escolas, entrevistas em rádios locais, divulgação e debates em redes sociais, Missa de Ação de Graças na Catedral de Santo Antônio, e culminando com uma sessão solene no próximo dia 15 de março, às 19h, no Auditório da CDL, na Praça João Pessoa.

CARTA RÉGIA DE 1811 QUE CRIOU O MUNICÍPIO DE GARANHUNS

     O Município de Garanhuns foi criado pela Carta Régia do Príncipe Regente, D. João, que em 10 de Março de 1811, atendendo ao Governador de Pernambuco, Caetano Pinto de Miranda Montenegro, elevou a povoação de Garanhuns, em Vila, que nada mais era que um ente representativo de municipalidade na administração portuguesa, o que determina sua prerrogativa de importância em relação a qualquer outra.


 Em 09 de setembro de 1950, através da Resolução nº144, o Prefeito de Garanhuns Dr. Luiz da Silva Guerra, fixou o dia 10 de Março, por ser o dia da criação da Vila de Garanhuns.

       É importante destacar que a redação da Resolução nº 144 foi dada pela Emenda ao Substitutivo ao Projeto 03/1950, de autoria do Vereador Alfredo Leite Cavalcanti, nada mais nada menos que o principal historiador garanhuense, que propôs que se emendasse o substitutivo adicionando-se ao art. 1º com inclusão do dia 10 de Março "por ser a data da criação da vila de Garanhuns por carta Régia de 10 de Março de 1811; ficando esta data denominada “Dia de Garanhuns”.


              SELO COMEMORATIVO LANÇADO NOS 203 ANOS DE GARANHUNS EM 2014