A história nos mostra tantas estórias de pessoas destemidas e violentas que ao entrarem na política, tornaram-se ídolos para os pobres. Por exemplo, Francisco (Pacho) Villa foi fugitivo da justiça, por mais da metade de sua vida, ladrão de estradas e de gado.
Uma pessoa que mal sabia
ler e escrever, mas que tornou-se governador de Chihuahua, no México, fundou
mais 50 escolas para os filhos dos mexicanos pobres e tornou-se querido pelos
campesinos. Através de seus roubos criou uma grande rede de contrabando a
serviço de uma revolução. Era um homem tão odiado que o mataram com mais de 150
tiros.
No Brasil, temos o caso de Lampião, ele não tinha motivação política para
combater as forças públicas representadas pela Polícia Militar. Mas o Governo
da época, sabia que isso poderia descambar para um movimento de massas, que
seria quase impossível ser combatida, pois as estratégias dos cangaceiros
fundava-se na luta de guerrilhas, atacando onde não esperavam.
O governo não
poderia se dar ao luxo de aceitar com tranquilidade esse movimento pois
governos passados já tinham como "lição aprendida" o ataque a
Canudos, onde foi preciso desprender maior contingente e força. Vejamos que os fanáticos
de Antônio Conselheiro não tinham esse poderio bélico todo, assim como Lampião
e seus cangaceiros, que possuíam armas mais modernas da época e sua
munição era sempre nova.
Estava se tornando
perigoso, pois Lampião cada vez mais se aproximava da política e mesmo sendo
contestado pelos comandantes das principais forças dos estados, poderia iniciar
um movimento de contestação maior, onde envolvesse a luta campesina de reforma
agrária.
Próximo a Lampião, já
tinha pessoas esclarecidas, como o Mascate Líbio Benjamim Abraão, que bem
poderia abrir os olhos mais ainda de Lampião para a política. O próprio
Lampião já se arvorava em Governador do Sertão. Só estava faltando sua formação
política e isso poderia se dá se não tivesse sido morto no sertão
sergipano.
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