domingo, 30 de novembro de 2014

LAMPIÃO: VIRGULINO FERREIRA GOVERNADOR DO SERTÃO?


A história nos mostra tantas estórias de pessoas destemidas e violentas que ao entrarem na política, tornaram-se ídolos para os pobres. Por exemplo, Francisco (Pacho) Villa foi fugitivo da justiça, por mais da metade de sua vida, ladrão de estradas e de gado.

Uma pessoa que mal sabia ler e escrever, mas que tornou-se governador de Chihuahua, no México, fundou mais 50 escolas para os filhos dos mexicanos pobres e tornou-se querido pelos campesinos. Através de seus roubos criou uma grande rede de contrabando a serviço de uma revolução. Era um homem tão odiado que o mataram com mais de 150 tiros.

No Brasil, temos o caso de Lampião, ele não tinha motivação política para combater as forças públicas representadas pela Polícia Militar. Mas o Governo da época, sabia que isso poderia descambar para um movimento de massas, que seria quase impossível ser combatida, pois as estratégias dos cangaceiros fundava-se na luta de guerrilhas, atacando onde não esperavam.

O governo não poderia se dar ao luxo de aceitar com tranquilidade esse movimento pois governos passados já tinham como "lição aprendida" o ataque a Canudos, onde foi preciso desprender maior contingente e força. Vejamos que os fanáticos de Antônio Conselheiro não tinham esse poderio bélico todo, assim como Lampião e seus cangaceiros, que possuíam armas mais modernas da época e sua munição era sempre nova.

Estava se tornando perigoso, pois Lampião cada vez mais se aproximava da política e mesmo sendo contestado pelos comandantes das principais forças dos estados, poderia iniciar um movimento de contestação maior, onde envolvesse a luta campesina de reforma agrária.


Próximo a Lampião, já tinha pessoas esclarecidas, como o Mascate Líbio Benjamim Abraão, que bem poderia abrir os olhos mais ainda de Lampião para a política. O próprio Lampião já se arvorava em Governador do Sertão. Só estava faltando sua formação política e isso poderia se dá se não tivesse sido morto no sertão sergipano.



Nenhum comentário:

Postar um comentário