segunda-feira, 28 de março de 2016

Homenagem do Instituto Garanhuns à ORMITO AZEVEDO, o Otimro Odeveza de artigos neste Blog:



Artigos de Ormito Azevedo, falecido aos 87 anos na última sexta-feira, 25/03/2016. Um patrimônio moral e intelectual de Garanhuns, memorialista, conhecedor fluente do vernáculo. Aqui fica a homenagem do Instituto Histórico de Garanhuns, reproduzindo artigos publicados em 2012, especialmente para o Blog do IHGCG.


Publicado em 06.07.2012:

FESTIVAL DE INVERNO

Hoje, 06 de julho, exatamente daqui a seis(6) dias começará o vigésimo segundo Festival de Inverno de nossa cidade. Festividade que já mobiliza praticamente grande parte deste nosso Brasil, ultrapassando fronteiras e atraindo artistas de países outros. Será que está tudo devidamente organizado e preparado para receber e também satisfazer cerca de um milhão de visitantes, segundo estimativas da imprensa recifense? Façamos, como de hábito, algumas ponderações: As praças do Arraial(hoje apelidado Heliópolis) estão realmente com seus jardins bem cuidados, verdejantes e, por extensão, muito bonitos. O mesmo devemos reconhecer em relação aos da Avenida Santo Antônio. Não percorremos as periferias citadinas, nem tampouco suas belas e decantadas colinas. Destarte, nenhuma análise poderemos fazer, in casu. Notícia tivemos de que os melhoramentos da Praça do Relógio de Flores estarão concluídos antes do dia 12 próximo vindouro. Até aí, tudo bem! Todavia, o que nos chama atenção e nos causa preocupação é o estado em que se encontram as três (3) Praças conhecidas como Praças Dom Moura. Que são verdadeiros ou legítimos portões de entrada para o coração do principal palco do Festival de Inverno. A situação desses logradouros é preocupante, sendo em parte lastimável, oferecendo triste e decepcionante visual para todos que afluírem à Praça de Eventos. A primeira das três praças está sendo reformada à base de blocos de cimento, havendo sido retiradas as plantas ali anteriormente existentes. Na segunda praça, defrontando com um posto de gasolina, subsistem há bastante tempo três (3) árvores mortas, totalmente ressequidas que deveriam há muito tempo haver sido erradicadas. A terceira praça, embora com as plantas bem pequenas, mas se encontra em razoável estado de conservação. Esperamos que pelo menos uma adequada pintura seja feita nos murados que circundam as praças em apreço. Não é possível que ninguém da prefeitura tenha visualizado tamanho desleixo naquele logradouros. São as praças a que nos referimos, espécies de Cartões de Visitas para as pessoa que afluem ao âmago do Festival. Almejamos, como apaixonado que somos por tudo que diz respeito a este dadivoso torrão garanhuense, que os problemas aqui mencionados sejam plenamente solucionados. Por fim, ficam os nossos lembretes e as nossas esperanças nas inadiáveis exequibilidades das carências acima descritas. Sendo tudo viabilizado em tempo hábil. Otimro Odeveza 06/07/2012



publicado em 17.05.2012

TRAGÉDIAS MARCANTES

Otimro Odeveza

Garanhuns, esta festejada Suíça Pernambucana, urbe poética, romântica, acolhedora e inigualavelmente bela – onde não tivemos o privilégio de nascer – ; mas , como ninguém, reverenciamos, queremos e amamos como se fôssemos um feliz nativo ou premiado filho deste inigualável rincão. Garanhuns, és, embora por muitos vilipendiada, sem nenhum favor, o nosso acolhedor e perene ÉDEN! É com tristeza e o pensamento constrangido, que iremos abordar, nesta oportunidade, fatos ou acontecimento que não desejaríamos ter tido conhecimento e nem sequer notícias haver obtido de tão escabrosas passagens aqui registradas e pesarosamente vivenciadas. Primordialmente, há muitas décadas, observou-se a sangrenta, covarde e indelevelmente marcante Hecatombe, de nefanda memória. A história registra o massacre de muitos e indefesos inocentes vilmente trucidados; para envergonhamento, ainda hoje, de todos os citadinos e munícipes garanhuenses. Posteriormente, muitos anos decorridos, tivemos a eliminação fria, calculada e covardemente executada do então Bispo Diocesano, Dom Expedito Lopes, pelo repugnante celerado padre Hosana de Siqueira. O que evidentemente, obteve repercussão mundial. Infelizmente, subsistiu o contraste da ignominiosa ação do bandidaço travestido de padre, por nome Hosana, cujo termo, segundo lexicógrafos e lexicólogos significa, entre outras definições, saudação jubilosa, aclamação ou cântico de louvor, ou ainda, exclamação de alegria, de triunfo, etc. Tudo isso servindo de prenome a um frio, sanguinário, maquiavélico e monstruoso assassino, bandido, cujo procedimento demoníaco, talvez, o tenha levado para gerir algum importante setor das presumíveis ou existentes esferas ou cavernas ardentemente infernais; ali orientando e “disciplinando” os porventura parceiros de inomináveis monstruosidades igualmente praticadas. Por um bom tempo, decorridos vários anos arquitetando-se um bom período de tranquilidade, eis que foi interrompida a calmaria com a morte do delegado de polícia conhecido pelo nome Pimentel; ocorrência que repercutiu em alguns estados, através da imprensa e também difundida via rádio e televisão. Desfrutávamos uma trégua até meio longa em relação a ocorrências negativistas, quando, há poucos dias, irrompeu algo inusitado e até então inconcebível e inacreditável, assinalando mais uma negra página na história do município, com o surgimento do inolvidável, execrável e diabólico trio de facínoras frios, cínicos e anormais degustadores de carne humana. Tirante algumas raras tribos indígenas e poucos povos bárbaros dos primórdios da civilização, que foram partícipes da antropofagia, salvo engano nosso, jamais houve, no mundo, através de indivíduos ditos civilizados, qualquer ação canibalesca, que mesmo à distância, se assemelhasse às ocorrências hediondas aqui registradas. O que causa espécie é a fria naturalidade com que detalham, amiúde, as barbaridades diversas praticadas, como se atos beneméritos houvessem realizado. Esses seres prenhes de requintes de perversidades, mas igualmente possuidores de distúrbios e desequilíbrios mentais, deixarão perenemente, esta mancha ou nódoa, “ad perpetuus”, nesta nossa tão querida, todavia malfadada cidade. Resta-nos, rogar aos céus que feitos desabonadores como os abordados, jamais ressurjam nesta querida e tão linda Cidade das Flores e, para nós outros, Princesa do Brasil. Por fim, todas as autoridades constituídas, comerciantes, comerciários, professores, estudantes, e os representantes de quaisquer entidades e classes sociais, irmanando-se, procurem apagar ou pelo menos minimizar essas inesquecíveis e marcantes manchas desabonadoras que nos foram impostas. É o que encarecemos e esperamos!

segunda-feira, 21 de março de 2016

A COROLA DO TEMPO




Relógio das Flores de Garanhuns
Foto: Cícero Gomes

Ronildo Maia Leite


Fala-se agora do topo do Sinai,
um monte carrossel
de onde o olhar rodopia pelos vales
sempre muito verdes.
Embaixo dele,
O Relógio de Flores,
de fusos vegetais.

Os ponteiros são galhos de avencas,
o miolo esbugalha um girassol.
Uma rosa vermelha no meio-dia,
violetas uma hora da tarde,
papoulas às três,
hortências às quatro,
bogaris às cinco.
Rebentam lírios às seis da noite,
na hora da Ave-maria.

Cheio de graças esse alegre canteiro.
Caprichento esse relógio único.
Sete da noite
é a hora  mais inconsútil de um dia inteiro.
Hora indecisa.
Parca.
Lusco-fusca.
Nem é noite propriamente dita,
embora o dia já tenha ido embora.
É hora da indecisão dos boêmios,
de quem sai do trabalho.
Indecisos anjos,
precavidos fantasmas,
cochilantes ladrões
cingindo os lábios da boca-da-noite,
assim apelidada pelos repórteres policiais.
Nada nesse mundo se conclui,
ou começa nessa hora sem marcas.
Por isso,
uma margarida amarela,
a flor das almas, de pescoço fino, 
olho espremido,
onde imprecisos dedos
debulham encabuladas pétalas
jamais de mal-me-quer, bom que se diga.
Bem-me-quer, bem-me-quer, bem-me-quer.
É de tique-taque único esse relógio de flores.

Oito da noite, gradíolas.
Nove, azaléas.
Dez, orquídeas.
Onze crizantemos.
À meia-noite,
o relógio espreme as pernas numa virilha de gramas,
cravinas, laços-de-amor
e gerânios.
Sem falar nas folhas de eucaliptos
escapulindo do Parque Euclides Dourado
para barrufar o cangote da lua,
nuínha da silva,
que vem lá das bandas do Magano.

Remelexem-se os ponteiros.
Mudam o nome das horas
na proporção que a madrugada avança:
botão de cravo que vai se abrindo até às três,
quatro, 
cinco.
Às seis,
a grande rosa amarela
alumiando a manhã refrescante.

Mudando famílias:
begônias,
sorrisos-de-maria,
carinho-de-mãe,
cajados de São José.
Até ser de novo a rosa vermelha
no morno sol do meio-dia.

quinta-feira, 10 de março de 2016

MUNICÍPIO DE GARANHUNS COMPLETA 205 ANOS


O Município de Garanhuns pertence à Mesorregião do Agreste Pernambucano e à Microrregião de Garanhuns, distante cerca de 230 km da capital pernambucana, Recife. Ocupa uma área de 458,550 km², sendo 7,11 km² formando o perímetro urbano e 451,44 km² formando a zona rural. Em 2014, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou sua população em aproximadamente 136 057 habitantes, sendo o nono maior município pernambucano, o terceiro maior do interior do estado e o segundo maior da região do agreste pernambucano.

Originalmente, suas terras eram ocupadas pelos índios do ramo dos cariris, quando, por volta do século XVII, brancos e negros fugidos da sujeição dos holandeses ocuparam as regiões de brejos, lá estabelecendo-se em aldeias esparsas. Em 29 de setembro de 1658, o mestre de campo Nicolau Aranha Pacheco, o capitão Cosmo de Brito Cação, Antonio Fernandes Aranha e Ambrósio Aranha de Farias receberam do governador na época em exercício, André Vital Negreiros de Araújo, uma sesmaria com cerca de 20 léguas de extensão, uma se localizava nos campos de Garanhuns. Nesse mesmo ano, foi fundado o Sítio Garcia, situado na região onde atualmente se localiza o distrito-sede do município.

A cidade de Garanhuns é o centro mais diversificado do agreste meridional, sendo polo de 32 municípios, concentrando, em seu entorno, cerca de 1 066 000 habitantes. Garanhuns é também um centro regional de saúde e educação. Na saúde, diversos hospitais, empresas de saúde e assistência médica estão instaladas. A Universidade de Pernambuco – UPE (Campus Garanhuns); a Universidade Federal Rural de Pernambuco – UFRPE (Unidade Acadêmica de Garanhuns); a AESGA – Autarquia de Ensino Superior de Garanhuns oferecem cursos de graduação e pós-graduação. O município, pelo seu diversificado comércio e oferta de serviços, tem no turismo um importante fator de geração de emprego, renda e desenvolvimento. A cidade detém uma rica cultura de turismo, que é fortalecida graças ao dinamismo da Secretaria de Turismo. Dispõe de uma grande rede de empresas prestadoras de serviços e de hotéis direcionados ao turismo. Em julho, a cidade sedia o Festival de Inverno de Garanhuns, que anualmente atrai milhares de turistas de todo o Brasil.


MUNICÍPIOS ALCANÇARAM AUTONOMIA POLÍTICA NO DIA DA CRIAÇÃO DA VILA


No Brasil colonial, povoações eram elevadas a vilas, e essas a cidades, de acordo com o sistema português. Por exemplo, em 1560, São Paulo foi elevada à categoria de vila.

No Brasil durante muito tempo, a data correta da fundação de municípios antes da proclamação da república era o dia da criação da vila. Com a vila o arraial ou a freguesia adquiria a sua autonomia político-administrativa, passando a constituir uma câmara de vereadores, com direito de cobrar impostos, e baixar "posturas" que eram espécies de leis municipais, recebia ainda um "juiz de fora", pelourinho e cadeia pública.

Carta Régia do Príncipe Regente
D. João VI, elevando Garanhuns a
categoria de Vila (Município), em
10 de março de 1811.

O título de cidade, neste tempo, era mais honorífico e pouco acrescentava em termos de organização política e administrativa. Unicamente a presença da câmara indicava a existência da célula político-administrativa. A primeira vila do Brasil foi São Vicente - SP, onde está a câmara municipal mais antiga. Hoje, no entanto, por ter um sistema administrativo diferente do de Portugal, a palavra "vila" não tem valor administrativo no Brasil, sendo usada apenas no sentido informal.

Por isto, hoje, equivocadamente, muitos municípios criados no império e na colônia comemoram o dia da sua fundação como sendo o dia em que foram elevados a cidade, o que não é correto, na verdade alcançaram autonomia política no dia da criação da vila.
Fonte: pt.wikipedia.org.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

RESTAURANTE ÍTALO-BRASILEIRO DE EMÍLIO NOTARO

Restaurante Ítalo-Brasileiro - Praça João Pessoa.


Italiano, imigrado no início do século passado para o Brasil, escolheu a terra dos "Garanhuns" para sua pousada com o irmão Alfonso, indo residir na década de 20 na rua do Recife.

Era proprietário do Restaurante Ítalo-Brasileiro, sediado defronte à Praça João Pessoa, especializada em macorronadas à Italiana, bastante apreciadas pelos gastrônomos. Tornara-se o Ítalo um ponto chic, com grande frequência nas tardes domingueiras, servindo para reuniões dos paqueradores e das garotas que iam se deliciar nos sorvetes e, usualmente dançar ao som de um piano ali existente. Eram geralmente, reuniões festivas, todo domingo, das 16 às 20 horas, tendo ao piano Merecinha e Dina Burgos.

Aos sábados a noite contava com uma freguesia apreciadora da cervejada.

Aos sábados a noite, após o término das sessões do Cine Glória, o Ìtalo-Brasileiro se tornava um ponto de reunião do grupo que gostava de beber, O papinho se entrosava com a pinga e a brahma. Estavam ali os Josés, Caboclos, Lulas, Euclides e outros que ao som de um violão, iniciavam as cantorias, permanecendo  até altas madrugadas quando, já bastante quentes, resolviam sair rumo à Praça João Pessoa que se transformava em abrigo para tais seresteiros que, mesmo vestidos, caíam num tanque com água, no centro uma estátua de um garoto fazendo xixi, ali existente para um banho madrugador. Era quase que uma rotina, toda madrugada de sábado e domingo. 
Fonte: Blog do Anchieta Gueiros.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

JOSÉ PRAXEDES DE BRITO FOI UMA DAS MAIORES EXPRESSÕES DO POVOADO DO TIMBÓ EM GARANHUNS


O Sr. José Praxedes de Brito com o Papa João
Paulo II em Manaus, ano de 1980.
Do Blog do Anchieta Gueiros

José Praxedes de Brito, foi uma das maiores expressões do Timbó, pequeno povoado distante apenas 18 quilômetros de Garanhuns via Castainho. José Praxedes, homem religioso entre o seu povo e que foi patrono de Nossa Senhora de Nazaré, título outorgado por D. Milton Correia, ex-Bispo de Garanhuns. A Igreja de Nossa Senhora de Nazaré que fica no Timbó sendo a mais antiga de Garanhuns.

Segundo o Sr. José Praxedes, o povoado do Timbó nos idos de 1650 a 1700 acolhia um grupo de negros perseguidos por tropas portuguesas que foram também até ao Timbó.

Os escravos subsistiram a diversos tipos de perseguições, fixando-se no povoado que aos poucos se transformou em um dos pontos turísticos da região.

José Praxedes foi o único pernambucano do Agreste Meridional que teve o privilégio de encontrar-se com o Papa João Paulo II em Manaus, quando o Santo Padre visitou o Brasil em 1980.

José Praxedes certa vez falou que não trocaria o Timbó e o seu povo nem pelas Sete Maravilhas do Mundo. O Sr. José Praxedes de Brito faleceu em em 1986.


CANÇÃO DO TRABALHO

José Praxedes de Brito

Trabalhai meus irmãos que o trabalho,
É riqueza, é virtude, é vigor;
Dentre a orquestra, da serra e do malho,
Brotam vida, cidade e amor;

Deus ti deu a missão tão honrosa,
No trabalho, na terra sem dor;
No trabalho, adquires furtunas,
Galhardão, de justiça, de amor.

Trabalhai com toda alegria,
Apanagio da vida e amor;
Construímos famílias alegres;
Na constância, saúde e vigor;

Salve o Deus, criador nas alturas;
Salve o homem, no justo valor;
Salve nós, a imagem de Cristo;
Salve o homem, o Deus redentor.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

HINO DE GARANHUNS COMPLETA 20 ANOS



No de 02 de fevereiro de 1996 o então prefeito de Garanhuns Bartolomeu Quidute sancionou a Lei Nº 2793 adotando a composição poética e musical criada pelo compositor João Marques com arranjos do maestro Duda, como o Hino do Município de Garanhuns.

Desde então o município passou a ter mais um símbolo que identifica todos os garanhuenses, sendo um poema que transcreve em música o passado o presente e a busca por um futuro altivo.


Filhos da terra, oh! gente,
Ergam a voz, brilhem as frontes,
Cantando com a alma que sente
E que vai nas brisas dos montes.

Salve Garanhuns!
Os jardins, as palmeiras e alguns
Pedaços do céu... mãos divinas!
Salve as sete colinas!

Nos anais, "Florescente e garbosa
Garanhuns", fostes sempre assim.
A elegância, a beleza da rosa,
As paisagens, estesias sem fim.
Os teus vales bravios outrora
Esconderam fugitivos de cor...
A liberdade da terra arvora
Estes homens de novo pendor.

E o lema "Ad Altiora tendere"
É o mais fervoroso ideal.
A bandeira, sagrada e serena,
E Simôa da história fanal.

Tuas belezas, cidade das flores
E os ares, poema acolhedor...
Ai! Suspiros! Que vida, que amores
Neste hino, que fulge esplendor.