quinta-feira, 11 de outubro de 2012

diga as novas!!!: Pernas ao ar Excelente Blog da garanhuense Profª Ana Cecília

diga as novas!!!: Pernas ao ar:

Pernas ao ar

Então, ando a retomar minhas coisas, que não são poucas. Como já vos disse trouxe a bagagem recheada de dados da investigação, e, aos poucos, tento encontrar algum sentido a estas vozes e percentuais. Tenho plena consciência que estou atrasada, mesmo sem olhar o cronograma da tese. Tenho data certa para voltar e fico apreensiva todo final de encontro, de um seminário, uma formação. Tenho sempre a impressão que ainda não fiz nada. Falta tanto... E nem sempre tenho certeza do que tenho que fazer, vou assim, do meu jeito, aos tropeções. As coisas acontecem. Vamos em frente.
 
Às vezes, a Europa parece-se comigo: aos trancos e barrancos, vão vivendo. Não muito felizes ou quase desesperados. Vi, no debate quinzenal no Parlamento, o Primeiro Ministro dizer que não vê um mundo cor de rosa. Na verdade, a coisa aqui está preta. Nos trópicos, sabemos mais da Espanha e da Grécia, pois quanto pior, mais mídia. Zezinha, na chegada ao Brasil disse-me que Portugal convulsionava em passeatas e manifestações nas sedes dos Concelhos. Dia 15 de setembro foi marcado por manifestações em todo país. O anúncio de aumento de impostos, cortes nos salários e benefícios do funcionalismo público levou uma multidão a manifestar-se contra o arrocho ao povo português. Quando desembarcámos em Lisboa, acompanhamos as imagens mudas nos monitores de cristal líquido, tentando adivinhar os fatos noticiados. Ao  ver imagens de manifestantes atirando tomates muito maduros na polícia, emergiu a pobreza em mim latente: "Ê, desperdício! quanta salada ou molho jogados ao lixo." Pobre é fogo. Como já disse outra vez por aqui nas minhas elucubrações econômicas é um padrão de crise completamente diferente do que já vivemos na década perdida. Cá em Aveiro, há um barbeiro na Praça Marques de Pombal, próximo ao nosso apartamento. É uma sociedade entre um Português e um Brasileiro, do Espírito Santo, que migrou para cá na época das vacas gordas. Na sua última visita, Tony rapidamente se enturmou com os frequentadores do pequeno salão. Lá, homens de todas as nacionalidades se encontram para discutir a crise. O barbeiro brasileiro caçoa da choradeira portuguesa, dizendo que eles não sabem o que é crise. E pedia a confirmação de Tony, a quem chamava de Brasil: "Diz ai, Brasil: esse povo sabe o que é crise? Crise é a que enfrentamos no Brasil, lá era um ovo para dois." Ri imenso com a história. Outra vez ele me trouxe a reflexão de um senhorzinho muito arrumado de chapeu, bengala e sobretudo. Já à saída, voltou a discussão e decretou: "O problema maior de Portugal é que passamos nossa vida inteira a explorar os outros e nunca produzimos nada. Agora, não há mais inocentes. Temos que aprender a produzir." Fiquei a pensar na abordagem do idoso. É de se pensar muito para concordar ou discordar.
 
Os reflexos da crise que vemos estampada nos jornais e comentadas na tv são perceptíveis na nossa vida cotidiana. Nas primeiras semanas do retorno, andávamos nas ruas verificando quais as pequenas empresas que haviam encerrado. O galeto na brasa, fechou. A tabacaria, fechou. A  loja de lindos ternos, fechou. Estamos no país do "trespassa-se", "arrenda-se" ou "vende-se". Em algumas montras (vitrines) aparece da noite para o dia o cartaz: "Encerramos nossas atividades. Bem haja!" Em meio a essa quebradeira generalizada, inaugurou essa semana uma floricultura enorme nas vizinhanças do barbeiro. Vá entender esse povo? É matando cachorro à grito "pero sin perder la ternura jamás". Contudo, nem sempre é possível manter-se na linha. Outro dia, ia chegando ao supermercado que frequento, tinha uma confusão dos diabos na Caixa 1. A atendente, vermelha até as raizes dos cabelos, tentava explicar a uma senhora de óculos enormes e cabelo lilás que a empresa não podia mais debitar no cartão uma compra com valor inferior à 20 euros. Estamos mais do que acostumados a passar compras por pequenas que sejam com os cartões de débito. São mais práticos e evita ter que fazer levantamentos (saques) no Multibanco (Caixa eletrônico), embora não existam taxas de movimentação, como tínhamos no Brasil. Lembram da CPMF? Pois, a senhora não sabia e dava o maior escândalo. Fiquei sabendo só pelo descontrole da outra cliente. A estratégia nada mais é do que a tentativa de aumentar a liquidez do negócio. É preciso dinheiro vivo para saldar compromissos com descontos. É, do jeito que vai, daqui a uns dias, retornaremos ao escambo.
 
Nesse cenário de crise, a reversão só é possível com um governo que tenha coragem de tomar decisões de impacto (ou impacte? Ih, Rui Vieira, isso eu não aprendi!), que busque alternativas para minimizar os problemas a curto e médio prazo. Tudo que não vemos por cá. O Passos Coelho é um picolé de chuchu versão light. Um boneco nas mãos da Troika (grupo da UE responsável por cobrar o retorno do investimento feito no país, e que muitos acreditaram que era empréstimo a fundo perdido. E desde quando existe almoço grátis?),  um executor de ordens, que, frequentemente entram em conflito com os interesses nacionais. Além disso, os poderosos do governo não se entendem: O Coelho diz A, o Portas diz B. O Segundo diz "não estou sabendo", no melhor estilo Luiz Inácio. Outro dia, passaram um pitu (drible) na nação, mandaram um orçamento para a UE, sacrificando ainda mais os benefícios e aumentando impostos. O interlocutor português falou na TV e assim, todos ficaram sabendo. Na economia, qualquer segredo é de liquidificador: rapidamente alguém ganha por falar. Quando se perde a credibilidade não há moção de repúdio que dê jeito. Não se governa com imposições, para que as medidas funcionem é preciso credibilidade. E confiança é o que o povo português menos tem em seus gestores públicos.
 
Um brasileiro que olhe a fotografia do Presidente Cavaco Silva a hastear a bandeira no último dia 05.10, dia da República, nem perceberá. Um observador mais atento, estranhará o ar de pasmo das senhoras da sociedade que acompanhavam a cerimônia. Mas, o que é que há? A bandeira está de cabeça para baixo, de ponta cabeça, ou como dizem os portugueses "de pernas ao ar". É assim que vejo Portugal nessa minha observação participante: sabem que tem que ser feito algo, mas não sabe-se o quê, nem como. É como eu e meus dados. De minha parte, vou começar a agir, pois não é possível ficar a esperar parado como um jacaré:  vou aproveitar que estou no país do "trespassa-se" e vou fechar a "oficina do diabo" que é a minha fertilíssima imaginação. Vou trabalhar e deixar vocês em paz.
 
Esperando, sinceramente, que esse país viva dias melhores.
Até amanhã, fiquem com Deus.      

Curso para Projetos Culturais UPE/Fundarpe

http://www.ead.upe.br/nead2008/index.php?option=com_content&view=article&id=172:nead&catid=41:rotator-news Este é o link do Curso de Elaboração de Projetos Culturais da EAD/UPE, com apoio da Fundarpe, apesar de não ter pólo em Garanhuns, é interessante para os da área! CURSO DE EXTENSÃO EM ELABORAÇÃO DE PROJETOS CULTURAIS 1. Apresentação 1.1. O Curso de Extensão em Elaboração de Projetos Culturais tem como finalidade qualificar/capacitar produtores e agentes culturais estimulando a formação e consolidação de redes de produtores e agentes culturais bem como a criatividade, geração de renda, inclusão e respeito à diversidade e pluralidade cultural. 1.2. A iniciativa do curso é da Secretaria de Cultura do Estado de Pernambuco (SECULT-PE) e Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (FUNDARPE), através da Diretoria de Formação e em parceria com a Universidade de Pernambuco (UPE)......

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Instituto Garanhuns homenageia o COLÉGIO SANTA SOFIA - 100 ANOS:

'ERGUIDO EM COLINAS VERDEJANTES, BANHADO A LUZ DO SOL EM ARREBOL, QUAL RÚTILO JARDIM EXUBERANTE, JARDIM DE CORAÇÕES, ALMAS DO ESCOL..." DO HINO DE MONS. PEDRO MAGNO GODOY, SAI A POESIA QUE HOMENAGEIA A DOAÇÃO À JUVENTUDE GARANHUENSE DAS DAMAS DA INSTRUÇÃO CRISTÃ, QUE CHEGANDO EM 1912 A TERRA DE SIMOA GOMES, COLABORARAM DECISIVAMENTE PARA O PROGRESSO EDUCACIONAL E CULTURAL DA NOSSA CIDADE. AO COMPLETAR 100 ANOS, NESTE DIA 18 DE SETEMBRO, O SANTA SOFIA ESCREVE UMA PÁGINA DE GLÓRIAS, ATRAVÉS DE TANTAS DIRETORAS MARCANTES, COMO ME. BERNARDETE LOYO, ME. VERONICA DA MOTA SILVEIRA, ME. JULIETA MARIA, ATÉ CHEGAR A IR. MARINILDA, ATUAL DIRETORA, AS DAMAS FIZERAM DAQUELA CASA DE SABER E FÉ O ALICERCE PARA FORMAÇÃO DA NOSSA JUVENTUDE CRISTÃ. NA PESSOA DA IR. REGINA MARROCOS, ESTEIO DO CIVISMO, DA HISTÓRIA E DA LITERATURA, HOMENAGEAMOS TODOS PROFESSORES, FUNCIONÁRIOS, ALUNOS E EX-ALUNOS, POIS "NA SERRANA CIDADE, BRILHA A JUVENTUDE, NUM SORRISO DE BONDADE, NO AMOR À VIRTUDE...". PARABÉNS COLÉGIO SANTA SOFIA - "DUC IN ALTUM"!
FOTO DE VÁLBER VAN DER LINDEN, in Facebook.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Homenagem do Instituto Garanhuns à Paróquia de São Sebastião - 90 anos!

Foto do Álbum de Garanhuns, de Álvaro Lemos e Abdísio Vespasiano - 1922-23 - Festa de inauguração da Paróquia de São Sebastião - 7.9.1922.

sexta-feira, 31 de agosto de 2012

SOLIDARIEDADE DO INSTITUTO GARANHUNS AO JORNALISTA ROBERTO ALMEIDA

ROBERTO ALMEIDA SE POSICIONA EM RELAÇÃO A IMPARCIALIDADE E ATO CRIMINOSO

JORNALISMO E A AÇÃO CRIMINOSA DE UM HACKER

 Por Roberto Almeida

Tenho 34 anos de profissão, tendo passado pelo Diário de Pernambuco, Jornal do Commercio, Folha de Pernambuco, Rádio Clube, O Monitor, FM Sete Colinas e Marano FM, além de diversos trabalhos de assessoria de imprensa.
 Os jornais que criei nas rádios de Garanhuns deram certo. O jornal impresso Correio Sete Colinas está aí há quase 13 anos. Já com mais de 50 anos entrei no mundo da internet e comecei timidamente um blog que este mês chegou perto dos 60 mil acessos.
Não fiquei rico na profissão, mas criei meus filhos com meu trabalho e construí uma reputação por ser honesto, levar ao conhecimento público os fatos e ter posições políticas firmes.
Toda uma história de vida alguém de mente doentia tenta apagar cometendo um ato criminoso. E por quê? Por motivos políticos, porque não vivo em cima de muro, tenho um lado, aquele que julgo ser o melhor para minha terra natal.
O criminoso cibernético e os que o acompanharam na aventura irresponsável vêm com essa conversa de imparcialidade.
Ou não acompanham o que escrevo ou não conseguem entender um texto.
Neste blog já disse várias vezes que não acredito em imparcialidade. Isso é um mito inventado pela grande imprensa.
A Veja é parcial, a TV Globo é, a Folha de São Paulo também, o mesmo acontece com o Jornal do Commercio. Cada veículo de comunicação, cada radialista ou jornalista tem suas preferências, seus interesses, professam alguma ideologia.
Só os robôs podem ser imparciais.
Eu sou parcial, sempre admiti. Um jornalista decente não precisa ser imparcial. Sua obrigação é ser honesto, noticiar os fatos, servir a comunidade dentro daquilo que ele acredita.
Em Garanhuns, por exemplo, neste ano de campanha política eu posso simpatizar mais com determinado candidato ou proposta. Mas isso não me dá o direito de inventar coisas sobre os seus adversários, mentir, distorcer. Tudo que eu escrever deve buscar o equilíbrio e a verdade dos fatos.
Com relação a Capoeiras, município em que nasci e onde voto, não é segredo para ninguém que estou ao lado do prefeito Dudu.
E sempre procurei noticiar as ações positivas do governante no município. Quanto aos adversários, sempre os respeitei, ninguém vai encontrar na minha produção jornalística nenhuma inverdade sobre eles.
Alguns fatos que saíram atingindo A ou B não foram inventados pelo jornalista, decorreram de ações na justiça, de coisas mal pensadas publicadas nas redes sociais ou de algum discurso feito por algum parlamentar descontrolado.
Querem que eu aceite comentários anônimos denegrindo a imagem do prefeito. Isso eu não faço. Embora o blog publique muitas opiniões de anônimos, enorme é a quantidade de material não aceito por ofender ou acusar sem provas políticos como Luiz Carlos de Oliveira, Zé da Luz, Silvino Duarte, Sivaldo Albino, Izaías Régis e outros de Garanhuns e da região.
A moderação de comentários cabe ao blogueiro e deve ser usada para conter excessos. Democracia não é se fazer ou se dizer o que quer, existem limites e respeitos no jornalismo, na família, nos meios de comunicação ou nos regimes políticos.
A ação criminosa praticada através da internet contra este blogueiro pretendeu em última instância atingir o prefeito de Capoeiras.
Um cidadão de bem, que não precisa de dinheiro público para tocar sua vida e que foi atacado da maneira covarde. Existem Câmara Municipal, emissoras de rádio, os palanques eleitorais, por que se utilizar de um hacker para fazer seu proselitismo político?
Publicaram atos do TCE que estão sendo contestados pela defesa e não passaram pela Câmara, indícios de fraude em licitação sem nenhum prova e sustentam que o prefeito não fez nada em sua gestão.
Até quem não é de Capoeiras sabe que na atual gestão foi feito mais em três anos e meio do que no governo passado em 8 anos.
Só os filhinhos de papai, ou os que recebiam salário morando em Petrolina ou São Paulo, estão insatisfeitos e contestam de maneira irracional o que foi realizado.
Mais de 500 barragens, estradas conservadas, cinco ônibus novos, duas retroescavadeira, duas casas de apoio, um aparelho de ultrassom no hospital, que foi todo reequipado porque nem uma cama ou colchão que prestasse tinha.
Um Centro de Fisioterapia, ambulatórios, a farmácia básica do hospital sempre abastecida, quando antes era difícil achar até dipirona; veículos para servir aos povoados e uma Ducato para transporte fora do domicílio.
Resgate do desfile cívico do dia sete de setembro, redução substantiva da violência, salário dos professores triplicado além de rateio no final do ano.
Equipamento novo nas escolas, regularização do programa Dinheiro Direto na Escola, já que todas estavam inadimplentes e sem receber recursos.
Reforma da feira parque, com recursos próprios, com investimentos da ordem de R$ 400 mil. Antes parecia uma tapera, hoje é um curral de gado modelo no interior de Pernambuco.
O prefeito Dudu pegou uma massa falida e saneou. Tirou o município do SPC. Hoje não existe nenhuma inadimplência junto ao Governo Federal. A situação da Previdência foi regularizada e foi comprada uma sede própria para o instituto dos servidores.
É um governo que respeita, que não persegue, que não bota a mão no alheio.
Não, eu não sou imparcial.
Entre o descaso, o desgoverno e a irresponsabilidade, eu fico ao lado de gestão responsável, do compromisso com os que mais precisam, da honestidade com o dinheiro público.
O que eu escrevo é assinado embaixo, eu boto a minha cara na tela do computador. E quando eu erro admito e peço desculpas.
O hacker não pode fazer o mesmo, porque ele é um criminoso e se ele não tiver cuidado pode terminar nas mãos da polícia federal. Pois invadiu minha privacidade, minha caixa de e-mails, o facebook, o blog…
Um cara desses ainda vem falar em liberdade! É muita pretensão!
Você, seu anônimo covarde, é um terrorista do Agreste, um fanático, deve ser feito do mesmo barro daqueles sujeitos malucos que derrubaram as torres gêmeas de Nova York.
Eu durmo de consciência tranquila porque luto por minhas ideias de forma transparente e honesta. Você se continuar nessa carreira, se vangloriando de ser o bamba no computador, um dia vai se dar mal, pode até ser notícia no Jornal Nacional, o país inteiro vendo você sendo levado algemado.
Antes que isso aconteça talvez faça bem a você procurar um psiquiatra. Aqui em Garanhuns existem bons profissionais.
Por fim, agradeço as muitas manifestações de solidariedade, através dos blogs da cidade, no facebook ou pelo telefone.
Lembro especialmente a minha conterrânea e comadre Maria Almeida, que intrigada com o fato observou: “Mas você não mal a ninguém, não atinge as pessoas, procura ser ético…”.
Respondi: “Mas Maria, quem está livre do mal? Não vê padre Júnior? Estava na Igreja, pregando a palavra de Deus, veio um desajustado e quase o mata com uma faca…”
Nessa hora é importante a fé e lembrar do final do Padre Nosso: “Perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Não nos deixei cair em tentação, mas livrai-nos do mal, amém”.

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

Arthur Maia o Príncipe dos Poetas de Garanhuns - artigo de Marcílio Reinaux

http://anchietabarros.blogspot.com.br/2012/07/arthur-maia-o-principe-dos-poetas-de.html
Arthur Maia o Príncipe dos Poetas de Garanhuns

Marcílio Reinaux

Pode ser que apareça alguém que cante Garanhuns em loas tão belas e profundas como o poeta Arthur Brasiliense Maia(foto). Pode ser, mas até agora não vimos. Na realidade Arthur Maia não nasceu em Garanhuns como muitos pensam. Ele foi um desses tipos que aqui chegando, fincou as suas estacas, esticou as amarras da sua tenda e foi ficando, como Lauro Cysneiros, como "Senhor de Quelé", como meu pai, Antônio Reinaux, como seu "Chico Gomes" e tantos outros "forasteiros". Aqui chegam, amam a terra e ficam. A terra de Simôa Gomes também não faz por menos, dá a paga; retribui aos seus "filhos adotivos" e os ama e os protege e os faz crescer no labor das suas vidas.

Arthur Maia nasceu em Gameleira, em Pernambuco, em 22 de dezembro de 1880. Aos nove anos apenas veio para Garanhuns começando logo a frequentar uma das nossas escolas. Afeiçoado às letras, alguns anos mais tarde se tornaria professor emérito, dos mais respeitados do Município. Ausentou-se por uns anos retornando a Garanhuns, quando tinha 18 anos e aqui fixando-se definitivamente. Em 18 de março de 1911 casou com uma moça da "sua terra querida", como sempre mencionava. A convite do Professor Jerônimo Gueiros, uma das mais expressivas figuras da cultura de Pernambuco, foi lecionar em Tiúma, perto do Recife e depois em Palmares tendo também lecionado no Rio Grande do Norte.

Desde cedo, conta seu principal biógrafo, Amadeu Aguiar, escrevendo o prefácio da primeira edição do seu livro "VERSOS", "Arthur Maia demonstrava iniludível inclinação para as Letras. Estudava atentamente. Por esse tempo era de natural arredio, e evitava o convívio dos colegas que se não recomendavam por um comportamento exemplar.

Arthur Maia era magro, de olhos fundos mas suaves e de estatura mediana. Um homem simples, sem ser atraente à primeira vista. Estudando a sua vida e a sua personalidade a partir de alguns apontamentos e sobretudo de observações que fizemos das suas poesias entendemos que mesmo sendo um parnasiano, Arthur Maia, deixava transparecer na sua obra poética, um traço de amargura e de tristeza. Alguma coisa parecida como a obra de Augusto dos Anjos. Uma existência de vencido, como ele mesmo vaticinou em um dos seus sonetos:

"Serás, na terra, sempre, um louco, um visionário
Rezando da Amargura o lúrido rosário.
Com que se promprazeu dotar-te o negro Fado!
E assim, de fragoa em fragoa, e a palmilhar espinhos
Da vida seguirás os ásperos caminhos,
Eterno sonhador, eterno desgraçado!"

Ao ler sobre a vida de Arthur Maia, lembramo-nos de Papini e entendemos que como o célebre escritor italiano. Arthur Maia poderia dizer: "Não; eu não conheci a meninice. Não me lembro absolutamente de ter sido criança". Assim era Arthur Maia. Só que no recesso daquele corpo esguio, com atitudes de um ético, vibrava intensamente um coração enternecido pela vida, um cérebro que sofria, mas que cantava amorável e enternecido. Os maiores problemas da vida desse genial poeta, deve-se ao seu estado lastimoso de penúria e quase miséria. Como conseguir escrever, compor, cuidar do aprimoramento cultural se as necessidades materiais eram gritantes? Começou a lecionar em 1907. Mesmo com sacrifício matriculou-se na Escola de Dr. Eduardo de Aquino Fonseca, verdadeiro, espírito de pedagogo, pelo qual o poeta sentia profunda admiração.

O entusiasmo de Arthur Maia leva-o a fundar a Escola Raul Pompéia, um externato misto de instrução primária e secundária, mas que logo haveria de fechar por falta de recursos. O mestre passa então a lecionar isoladamente, a pessoas por não ser possível manter a escola.
(Fonte: Artigo publicado no Jornal "O Monitor" em 10 de novembro de 1984).